Agora que já passou o dia da mulher já podemos em paz ser mulheres. O comércio agarra tudo, até dias que deviam ser genuínos na luta e no grito. Transforma-se a revolta num menu de jantar do dia da mulher, na florzinha que o patrão resolve oferecer nesse dia, no coração a adornar a vitrine da loja a dizer; é dia da mulher, leve um presente à sua. Não recebi presente nenhum, as flores no meu trabalho acabaram a grande velocidade e fiquei sem nenhuma e também não fui a nenhum jantar com amigas.
Por acaso calhou neste dia uma sessão de formação sobre as questões de género e educação que temos vindo a desenvolver desde o início do ano e a discussão foi interessante, a sessão viva e animada, também não pude ir, mas soube pelas minhas colegas e senti o seu entusiasmo e esse foi realmente o meu presente. Sabemos que nada está conquistado nunca, nem mesmo aqui no célebre mundo ocidental. Precisamos assim do trabalho da aranha que pacientemente tece para que se forme uma teia sólida e real, livre dos artifícios que estão criados em torno destas datas comemorativas.
~CC~
Também não tive flores, CC, nem jantares - tive um convite de um grupo de colegas,mas não fui, porque prefiro estar com amigos com o simples intuito de usufruir da companhia deles. Recebi um beijo de um colega mais velho, quando cheguei ao trabalho, e um telefonema de um amigo que me telefona regularmente.
ResponderEliminarInfelizmente, assim é: actualmente, tudo é pretexto para fazer dinheiro.
Um bom resto de semana. Abraço