quarta-feira, 15 de junho de 2016

Fugas


Inevitavelmente nestes dias extenuantes dedicados à avaliação, a que se seguem exames, infinitas reuniões de balanço e lançamento de novas coisas, vagueio em busca de algo que me possa salvar do cansaço. Dizer tédio seria um exagero, é coisa que raramente e felizmente nunca senti. No auge do meu esforço mental, apenas não consigo pensar mais. E desligo-me quase totalmente do mundo, ontem nem sabia que havia um jogo de futebol da selecção portuguesa.

Para resistir e manter alguma sanidade mental, basicamente pesquiso blogues e canais de comida, de casas de turismo rural, imagens de países nos quais nunca porei o pé, curiosidades sobre a vida dos insectos ou de qualquer outra espécie remota que me ocorre ao pensamento. Desvios de 5 ou 10m que se assemelham a uma salvação. ainda que temporária.

Ocorrem-me imagens de um futuro incerto: será que alguma vez conseguirei ir a Buenos Aires? Será que quando conseguir ir ao festival de teatro do Mindelo ele ainda terá encanto? Ou memórias de lugares ou tempos felizes. Chego a sentir o cheiro do mar, a ver o campo de tremocilhas onde uma vez nos beijámos ou a estar outra vez naquela pequena embarcação na qual cheguei à ilha do Ibo, entre o medo e o deslumbramento. Sabores também, ocorrem-me sabores, uns bons, outros maus. A que sabia o gelado de múcua que quase me matou? Tento lembrar-me, sim, nem sequer era bom, um bocadinho ácido, estranho. A primeira vez que bebi água de coco? Não, não gostei. Caril, todo o tipo, isso sim.

Mais uns trabalhos, uma pauta, uma resposta a uma nota que não satisfez, mais uma voltinha...

~CC~





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