domingo, 30 de junho de 2013

O outro lado do (meu) estuário

 

De volta à Carrasqueira em 2013, desta vez como em nenhuma outra, num veículo de duas rodas. À pendura, se ele for devagar, tudo me entra pelos olhos dentro. Fico ali a rezar sem Deus pelos engenhos primordiais que o tempo não perdoa nem cuida.

~CC~

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Poesia viva



Uma tarde num júri de provas de aptidão profissional de 12º ano. Nada de muito interessante, não fora o vídeo. Nele, uma avó ainda jovem falava com um grupo de miúdos de 4/5 anos sobre as andorinhas. Ela descreveu ao pormenor e com a ajuda de gestos e sons como era o regresso das andorinhas na Primavera. Cerca de 10 minutos de poesia pura. Os miúdos não adormeceram.
 
~CC~

terça-feira, 25 de junho de 2013

Quantas vidas temos dentro de uma cidade?



Lembro-me dos miúdos se terem jogado ao Mondego numa das primeiras colónias que fiz. Entrámos um bocadinho em pânico porque o rio que corre ligeiro esconde perigos imprevistos, não tem apenas aquela face doce.
 
Coimbra era nessa altura a nossa passagem para a Lousã. Os intervalos deixados pela automotora permitam-nos, no entanto, entrar cidade dentro.
 
Lembro-me de me dares a mão num sinal de trânsito vermelho e de a teres largado quando chegámos ao outro lado da passadeira. Foi o tempo curto de um amor impossível. Nesse dia vi claramente o que seria a tua vida: um casamento para a vida que nunca te atreverias a deixar por nenhuma paixão que se atravessasse no teu caminho. Anos depois já eu tinha casado e tu também, procuraste por mim. Vinhas dizer-me que te tinhas apaixonado e estavas sem coragem de deixar a tua mulher. O tempo curto de passar a passadeira, a tua mão a largar a minha. Não te dei conselhos, não podia, ouvi-te só.
 
Agora é outra a cidade, outra eu, outra a busca. Levo a mais nova e a mais velha, somos três mulheres sozinhas numa cidade que me é desconhecida. E não tenho tempo para a ver, todo o tempo é gasto em consultórios médicos. Voltarei mais vezes, espero poder parar na praça da república, olhar o Mondego, sentir a cidade. Espero que tenha às vezes comigo uma mão e ela não queira fugir-me, que possa passar um e outro sinal, cruzar ruas e avenidas, encontrar uma praça para um beijo. Já nos beijámos alguma vez aqui?!
 
Espero que esta cidade possa trazer ainda vida à mais velha e quem sabe se cruze no destino da mais nova. Espero ainda a poder olhar e conhecê-la novamente.
 
~CC~

domingo, 23 de junho de 2013

Postal


 
Não és muito de colar bocadinhos quando te apareço desconexa, não dás andamento aos meus lamentos nem enxugas lágrimas, às vezes fico suspensa à procura desse medicamento de açúcar, quero que me enroles e me escondas nem que seja só por um bocadinho. Tu és mais de usar abundantemente a técnica das sardinhas, do copo de vinho e mais recentemente a 125 azul (que não é 125 nem azul).  Cantarolas todo o tempo com o Zambujo quando ele é divertido e afoito e não lhe bates palmas quando integra Deus nos fados, isso diverte-me. Levas-me ao sol e ao mar porque sabes do bem que me faz o Verão. Volto agora e tenho a dizer que ainda me apetece chorar com a danada desta vida mas já é mais chorar de raiva do que me enfiar no escurinho de uma toca. E há a lua, abre a agenda, marco já encontro para a vermos daqui a 18 anos.
 
~CC~

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Exame de Biologia



A minha filha tem sido e é uma excelente aluna - está no 11º ano mas os exames estão a deixá-la de rastos. Na noite anterior ao exame de Biologia praticamente não dormiu, nunca a tinha visto assim. Custou-me perceber que aquele momento era para ela decisivo, tão ou mais importante que o ano inteiro de trabalho. É esta a mensagem que é transmitida aos alunos e próprios professores estão sob uma pressão tão forte quanto os miúdos. A professora dela deu aulas extras praticamente desde que as aulas acabaram, tem estado sempre disponível e é excelente. No dia do exame estava na escola, diz a minha filha, que tão ou mais nervosa que ela. Mal acabou o exame foi analisar com ela as respostas, não se poupou a dizer que era difícil e que nesta ou naquela questão tinha dúvidas. Mostra-se profissional mas também humana e é sempre muito frontal. Suspeito que é por causa dela que, numa escola conservadora como aquela que a minha filha frequenta, não têm feito a reunião de Conselho de Turma. Para o ministro isso deve fazer dela uma péssima professora mas para mim não.
 
Para mim a classificação que esta professora atribui aos alunos é inteiramente justa e os exames são muito menos importantes que ela que os conhece e trabalhou com eles o ano inteiro e não os está a julgar apenas por aquele momento. A única utilidade dos exames é poderem tecer alguma comparabilidade entre escolas e introduzirem uma ponderação mais igualitária a nível nacional, (isto é, permitindo colmatar as discrepâncias  entre escolas no que diz respeito à avaliação interna) no entanto, não deveriam jamais ser tão valorizados. Não há notícias sobre os alunos que obtêm excelentes resultados na avaliação interna nem sobre os professores deles, já as correcções dos exames até saem em páginas inteiras de jornal.

Qualquer que seja o resultado que a minha filha venha a obter no exame, vou aplaudir a professora de Biologia porque o trabalho de um ano inteiro não pode ser desvalorizado pelo resultado de um exame.

~CC~

 
 
 

terça-feira, 18 de junho de 2013

Nunca foi feliz



Mais uma vez habitaram o meu dia de hoje meninas e meninos desencontrados da vida, retirados quase sempre à força da casa das suas famílias. A palavra professora fez com que cerrassem os dentes e me olhassem desconfiados, a escola é quase sempre uma cruz a mais nas suas vidas repletas delas. Pouco a pouco lá se foram esquecendo de mim e mostraram quem eram, no seu pior e no seu melhor.
 
Numa parte da actividade, o animador pediu-lhes que recordassem momentos felizes. Um deles disse sem hesitar: eu nunca fui feliz. Era uma voz crua e cortante de desencanto com apenas 14 anos de vida e eu sentia-a como uma lamina a cortar-me a carne.
 
~CC~
 

domingo, 16 de junho de 2013

O cansaço de Junho


Junho deixa-me exausta. Este Junho ainda mais por causa de um ministro  da Educação incompetente e dos sindicalistas do costume, sempre prontos a esvaziar de sentido o que tem realmente sentido. Já não os aturo.
 
Ao mesmo tempo que este mês combina com tudo o que mais amo, sufoca-me com a falta de tempo para usufruir de cada coisa que ele oferece. Olho para a minha pele branca a combinar com a ausência das ondas de mar dentro dos meus olhos e sinto-me uma mulher gorda e feia.
 
Leio incansavelmente os trabalhos dos meus alunos, são em catadupas durante este mês. Chego à conclusão de que a sua aprendizagem está muito aquém das metas traçadas e  sinto uma angústia ambígua, ou seja, tanto me acho uma má professora pois devia ser capaz de ensinar (e mudar) qualquer um, como me sinto perante uma tarefa impossível e que nenhum destes alunos devia sequer ter chegado ao ensino superior. Preocupa-me ainda mais que isto só se traduza em números e procuro conversar com eles antes da publicação das pautas, o que torna os meus dias absurdos em tempo gasto na escola, chego a entrar às 9h e sair às 20h. Teria até valido a pena se sentisse que compreenderam mas nem um terço compreende o que está dentro da classificação. A verdade deve estar algures entre a má professora e os maus alunos  Quando Junho passar, terei discernimento suficiente para ver o caminho.
 
Além de mulher feia e professora má, há ainda dentro de mim uma mãe e uma filha em apuros face as necessidades que a mais nova e a mais velha apresentam de momento, cada uma delas com as suas prioridades absolutas. Há ainda uma mulher namorada, uma mulher amiga e umas outras tantas, todas elas também devem andar perto do incumprimento. Junho, é a exaustão de Junho.
 
E como adoro Junho, este mês das luas coloridas a raiar a terra, do início do calor, das cerejas.
 
~CC~
 
 
 
 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O novo eduquês


Como as coisas se transformam. O anti eduquês produziu agora um novo eduquês. O que o antigo se revoltava contra a possibilidade dos alunos se poderem insurgir face aos professores, construiu-se em torno de um discurso de autoridade do professor, o que até foi apreciado. Agora os professores que deviam ser antes de mais respeitados, são acusados de tudo e mais alguma coisa e os alunos passaram a ser os coitadinhos. Cá em casa tenta-se travar a força desta guerra que se quer instalar entre professores, alunos e famílias mas não é fácil. Os miúdos são novos e se lhes dão alento acham que o mundo começou agora e é deles.
 
O ministro talvez não se dê conta mas está a edificar um novo eduquês, como este é o seu, deve ser bom (assim mais ou menos como o programa de Matemática). Agora os que antes eram bons passaram a ser maus e a poder ser recrutados em massa no dia da greve, como se fossem mais ou menos uns malandrecos que não querem é trabalhar.
 
O ministro pode não estar, contudo, a pensar bem...salas de professores apinhadas são terreno onde a revolta pode crescer muito mais.

~CC~

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Ninharias boas


No último fim de semana fiz a primeira salada com alfaces da minha varanda. Menos um dinheirinho para os híper e supermercados.
~CC~

segunda-feira, 10 de junho de 2013

É muito mais que mobilidade...



Entrei para o Ensino Superior por concurso (em 1999) depois de 11 anos como professora do Ensino Básico. No Ensino Básico consegui a proeza de pertencer a um quadro que estipulava um vínculo a um distrito, ou seja dentro do mesmo poderia mudar de escola de ano para ano ou mesmo a meio do ano. A mobilidade já existia, sempre existiu para os professores...o que não existia era a possibilidade de despedir alguém a pretexto da mobilidade, essa é a questão importante, as pessoas não mudam para outra instituição, elas são colocadas na antevéspera do nada.
 
No Ensino Superior comecei a carreira do zero, ou seja,  varrendo liminarmente os 11 anos anteriores e o facto de ter sido já professora. Fui assistente de 1º triénio e depois de 2º triénio. Obrigava a lei que depois de seis anos podíamos concorrer ao quadro da escola mas para tal era necessário haver lugares nesse quadro e não havia. Passei a ser contratada ano a ano e muito raramente de dois em dois, sabendo que no final de cada contrato podia ser simplesmente despedida e sem direito a subsídio de desemprego.
 
Em 2009 foram aprovadas duas importantes alterações: a atribuição de subsídio de desemprego por despedimento no Ensino Superior; a possibilidade dos docentes em situação precária há 10 anos numa instituição, poderem, caso obtivessem doutoramento, passar a ter um contrato por tempo indeterminado, não sem um período experimental de 5 anos. Não era bom mas apesar de tudo era menos mau.
 
Foi o que me aconteceu, depois de cinco anos de doutoramento, só parte deles com direito a ter algum tempo para o mesmo, entrei em período experimental em 2011 - reparem que o mesmo avalia a competência do trabalhador para aquele posto de trabalho, um posto que eu já ocupava há 12 anos. Depois de 12 anos de precaridade tinha agora finalmente um contrato de cinco anos - que luxo! (é verdade que ao fim desse tempo, poderia na mesma ser despedida). Somos felizes com pouco se era ainda menos o que tínhamos...
 
Com a nova lei da mobilidade esse contrato pode ser interrompido em qualquer dia e hora de qualquer ano, ou seja não chegar ao término dos cinco anos para os quais está efectivamente assinado, bastando para tal que a instituição estabeleça uma fusão de qualquer tipo com outra. Ora sabemos que depois do Mega agrupamentos terem chegado ao Básico e Secundário, a nova onda será no ensino superior, mesmo que não lhes venham a atribuir esse nome. Eu estou longe de ser um caso único, há muitos como eu.
 
A mobilidade não é novidade e não é necessariamente um mal (iria trabalhar para qualquer outra instituição, não obstante o prejuízo que isso me pudesse causar) não é dela que se trata, trata-se de despedir professores independentemente do número de anos de serviço e do vínculo que eles tenham, a mobilidade é apenas areia de deitar para os olhos da opinião pública. Não se deixem enganar.
 
~CC~
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Os sagrados exames


Não tenho uma posição assumida sobre as greves e tenho simpatizado muito pouco com elas nos últimos anos, são medidas de luta já velhas e de pouco impacto, rodeadas quase sempre de um discurso igualmente gasto. Mas tem sido um exagero esta quase criminalização da greve dos professores, numa estratégia clara de colocar uns contra os outros.
 
De facto parece que os sindicatos dos professores marcaram uma greve para coincidir  com um dos dias dos exames do ensino secundário. Tenho falado com os alunos que encolhem os ombros, afirmando que se não for nesse dia, é daqui a um ou dois. Não os vejo muito preocupados, aliás não se estuda à última da hora e o que foi estudado deve ter validade para daí a uns dias. Falo cá por casa também, em que o estudo é frenético e intenso mas a preocupação com a greve dos professores é mínima.
 
No exame do 4º ano de escolaridade a direita reclamou que a esquerda tratava os meninos como coitadinhos, agora são eles a tratar os bem mais crescidos dessa forma. Um ai jesus que coitadinhos acordam nesse dia muito nervosos e depois voltam para casa sem fazer exame. Ficam prejudicadíssimos...o que não se faz num dia faz-se noutro e os calendários arranjam-se, ajustam-se.
 
Tudo isto se resume no seguinte: tocaram no ponto fraco do ministro, para ele não é sagrado o ensino o ano inteiro, só os exames são verdadeiramente importantes, é claramente essa a mensagem que passa. Estive há pouco tempo numa escola em que no 9º ano, nas disciplinas em que há exame, os alunos treinaram exames dos anos anteriores o mês inteiro. Treino, é a palavra usada e dá que pensar.

~CC~

O alfabeto do amor



Em geral quando se apaixonam as pessoas têm noção da importância das palavras, usam-nas como verdadeiro fermento do que está para nascer, inventam-nas como parte do reportório do (seu) amor. Em alguns casos que conheço o primeiro amor foi também o primeiro livro de poesia. A primeira grande admiração que tive por outro ser humano (o meu pai) foi recheada de escrita e de leitura. Noutros amores, as palavras foram um mero jogo de sedução, poeminhas copiados para a troca, dolorosamente artificiais. Esses morrem como borboletas chamuscadas nas lâmpadas de Verão.
 
Mas mesmo o amor que foi amor porque perde tão facilmente o alfabeto? São os tachos, as compras no supermercado, a conta da luz, o choro dos filhos? Ou simplesmente esse hábito de considerarmos conquistado o que nunca será, de ganharmos vergonha de quem está ao nosso lado, de acharmos que sabe o que sentimos só porque sabe e se sabe não é preciso dizer. Lembro-me dolorosamente de como disse ao meu ex.marido que não era necessário ligar-me todos os dias à hora de almoço porque as colegas comentavam e eu tinha vergonha. Como pude ter vergonha do que era tão bonito? Nunca sabemos quando é que um casamento começa a morrer, mas às vezes acho que foi nesse dia que o meu começou a morrer, nesse dia matei algumas letras do alfabeto do amor.
 
Quando imagino um quotidiano poético não é por romantismo piegas, é por sentir que, como José Gomes Ferreira, devíamos ser capazes de imaginar as musas sentadas ao nosso lado nos elétricos em direcção a Alfama e todo o amor devia ser claramente um fogo a ver-se arder.
 
 
~CC~

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Montanha russa


Dantes tinha a certeza absoluta de que ensinar era a minha vida. Hoje duvido. Vivo numa montanha russa, por um lado a grande alegria que me dá ver alguém aprender, evoluir, pensar. Tenho dias em que venho de alguns contextos de estágio verdadeiramente grata por ver um trabalho sério e bem feito. Noutros dias é só desalento por constatar como não aproveitam as oportunidades que os pais criaram para eles.
 
Hoje estive nessa montanha russa. Recebi via mail umas fotos lindas de uma ex. aluna minha, o modo como ela se fotografa grávida ao lado do marido e intitula as fotos como " a nossa gravidez" é todo um programa de vida. Foi minha aluna no primeiro ano em que leccionei a tempo inteiro no ensino superior e emociona-me que as envie, que ainda se lembre de mim (já lá vão 13 anos).
 
Também hoje uma orientadora de estágio disse-me, olhos nos olhos, que os alunos estavam continuamente com o telemóvel ligado e enviavam com frequência mensagens. Estes estudantes efectuam estágio no serviço de pediatria de um hospital e imagino-os a enviar mensagens enquanto os meninos e as meninas brincam. São meninos doentes e internados, apesar de não serem doenças graves, exigiriam deles sobretudo a atenção de quem está ali, pronto para uma conversa, uma brincadeira, um abraço. Não ser capaz de desligar o telemóvel ou colocá-lo no silêncio é uma doença dos nossos dias, infelizmente não só dos estagiários.
 
 
Uma luta, uma vida na montanha russa.
 
 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cinema junto ao meu rio



Quando não se tem nem bem uma pátria, nem bem uma cidade e muito menos um rio que corra na nossa aldeia, adopta-se ou co-adopta-se. Eu adoptei o rio Sado por correr ao contrário, nascer no Alentejo (quem diria que há rios que nascem no Alentejo) e abraçar o Atlântico. Gostaria de o radiografar bocadinho a bocadinho como se faz aos corpos amados. E depois há o Festróia (começa já na Sexta).  O Festróia nunca desilude, este ano o país de homenagem é a Bélgica (é sempre dedicado a um país que tenha uma produção anual inferior a 25 filmes) e o tema... Que atrevimento num tempo de desilusão como este ter como tema o amor.
 
~CC~
 
 
 
 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Cada um luta como pode


As pessoas ficaram tristes com a menor adesão às manifestações do dia 1 de Junho. Para mim não foi uma surpresa, quem não tem FB vive a indignação de outra maneira, a maior parte das vezes só sabe o que se vai passar quando já está (quase) a acontecer e desta vez  o destaque da imprensa tradicional foi consideravelmente menor. As vezes os revolucionários do FB confundem o que lá se passa com a realidade. Gosto de pensar que as pessoas não foram porque foram resgatar a Primavera depois deste Inverno tão duro.

Animem-se, as pessoas continuam a lutar, vejam como todos os dias ficamos a saber que há algures numa terra pequenina uma população que tenta fazer com que a estação dos CTT não feche. Talvez essa seja a sua luta e é tão justa e digna como outra qualquer.
 
 
 
Esta é a estação de correios de Boticas. Não sei se está ou não ameaçada, mas vale bem a pena lutar por ela.