Abril é a dança na rua, ao som de quem defende a música que vem das entranhas de um povo que cantava (e canta ainda?) para suportar a dor do trabalho, celebrar o prazer do encontro, dizer do amor e da amizade. Abril é eles terem sobrevivido 40 anos, acredito que com dificuldade.
Abril foi a minha manhã de 25 numa casa abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica, não é o melhor dos mundos, mas já têm para onde ir, já é possível meter a colher entre marido e mulher.
Abril é também a possibilidade do beijo em plena praça central da cidade.
Abril é também haver um homem que cose botões na camisa da namorada.
Abril é também a moça mais nova preferir ir conversar com as amigas para o café em vez de vir para a praça central da cidade onde é a festa, se diz que é festa.
Não era preciso gastar tanto em fogo de artifício. O céu riscado de fogo é dentro de cada um de nós, 25 de Abril é uma iluminação interior.
Abril, como disse ao meu amor, são as micro coisas. Essas coisas que vos disse, E outras.
~CC~