segunda-feira, 16 de junho de 2025

O que de nós fica no mundo

 

Quando os ventos no campo profissional se agitam turbulentos e deles já só esperava mansidão e me zango quando já não me esperava zangar-me, há sempre algo que vem romper a tristeza da situação, normalmente um encontro casual com um jovem ou adulto de quem já fui docente e que entre abraços, às vezes lágrimas, outras pedidos de telefone que sugerem projetos ou criações futuras, me agradece. Nenhum deles sonha que às vezes rompeu um momento de negrume. 

Fico com a certeza de que as pessoas são ainda assim mais capazes de bondade e gratidão que as instituições, estas tendem a ser como os partidos políticos, gigantescas máquinas de trucidar insurgentes, mais atreitas à mentira e à ilusão do que à verdade e ao confrontamento. O que fica de nós no mundo é sempre esse bocadinho que deixámos no coração de alguém.

~CC~

8 comentários:

  1. Muito bem, CC
    Quem nunca se deparou com este facto

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    1. Até aprendi em ciências políticas o nome desta coisa, o peso para a preservação em vez da mudança:)

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  2. Guardo na minha memória um professor decisivo de quem nem sequer me lembro do nome.
    Um abraço.

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  3. Que pensamento tão bonito CC!
    Corresponde á opinião que tenho de si, muito embora só a conheça virtualmente, e também á minha filosofia de vida.
    Que a memória de mim fique gravada no coração.
    Um grande abraço,
    Sandra Martins

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    1. O seu comentário é que é bonito mesmo...não fosse o Algarve agora ter ficado tão mais distante e ficava aqui o convite para o café...mas ainda vou às vezes porque a mãe reclama flores frescas no cemitério (escreva para o meu gmail se um dia lhe apetecer um café, quem sabe os astros se conjugam).

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  4. Suponho que as instituições sejam formalismo, normas a que, por sermos membros, devemos obediência. O seu funcionamento depende do tipo de humanidade que as compõe. Verdade, CC, ficam as pessoas. Por bem e por mal. Rever alunos que por qualquer razão nos guardaram é um afago no ego que não constitui vaidade. Houve um tempo em que fomos com eles.
    Já quis isso, ficar em alguns. Não sei bem de que me vale, mas é um relâmpago de alegria. No seu caso, ajuda a continuar.
    Toda a medalha tem seu reverso; depois do mal, assoma o bem:)
    Um abraço

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    1. E como elas deviam ser mais humanas, aliás todos nós...ficam as centelhas. Um abraço

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