No último andar a chuva e a trovoada têm apenas um tecto a separar-nos do céu. Enquanto invocamos a sua resistência, o trovão estremece cada janela e o relâmpago acede a luz não pedida. A chuva parece agora mais forte do que foi noutros Outonos, tal como o calor foi mais intenso este Verão.
Enquanto oiço as percepções vindas do meu coração, a minha cabeça pede os dados da Ciência. Ambos talvez possam provar que a terra está a ceder, está cansada da humanidade. Cansada como eu vim da reunião de ontem em que os seres humanos ali presentes também me pareceram à beira do abismo, capazes de dizer coisas sobre crianças e jovens como há muito eu não ouvia. Por este andar quererão um policia em cada sala de aula. Esta trovoada, vinda das pessoas, também agora espalhada em cartazes xenófobos, abala-me ainda mais do que a da madrugada.
~CC~
Insuportável este nosso presente.
ResponderEliminarUm abraço.
Às vezes à beira do limite. Depois acontece algo bom e renovo a esperança. Um abraço
EliminarTambém durmo na parte mais alta da casa e gosto de estar assim próxima dos elementos: ao vento, chuva e calor do sol sinto-os melhor. Posso um dia ser esturricada por um raio, como o foram os sete porquitos de meu pai que ficaram em fila, tal qual dormiam. Mas as trovoadas humanas assustam-me de verdade.
ResponderEliminarE talvez seja certo e até razoável, o planeta está cansado de nós.
Quanto à educação...parece tema abandonado. Educar é muito mais que sancionar.
Que o dia lhe seja benéfico e a noite mais serena.
As trovoada humanas...e quando se juntam às outras...é trovoada a mais! A Educação está quase reduzida à IA, já não se aguenta tanto seminário, tanto curso...para mim já não será, não acredito que nos ajude muito além da busca de dados...e mesmo assim é de duvidar. Aguente aí as tempestades!
EliminarA foto do castelo é espetacular, a CC usufrui de um panorama deslumbrante do seu último andar.
ResponderEliminarTambém moro no último andar de um prédio alto. Mais permeável à humidade e mesmo infiltrações, sobra-lhe em vistas o que lhe falta em conforto.
Oiço muitos professores queixarem-se da indisciplina das turmas. Era profissão que não quereria abraçar embora a considere de grande nobreza, porque nunca saberei qual a melhor atitude a adoptar por um bom pedagogo: sorriso ou cara séria; disciplina ou facilitismo; condescendência ou intolerância; linguagem do amor ou firmeza.
Quer dar-me uma ajuda?
É pequenina e modesta mas dou graças por ela, sobretudo com este tempo, que fico tão sensível a quem nenhuma tem.
EliminarEducação: Ah, ah...queria uma receita? Não tenho. Mas toda a vida se resume a uma palavra: contrato social.
A sua intuição de que a Terra está „cansada“ é uma metáfora poderosa para a realidade física e biológica da sobrecarga planetária, documentada rigorosamente pelos cientistas.
ResponderEliminarAcredito que sim. Ilusão de que a pandemia faria alguma coisa pela mudança de comportamentos...afinal não.
Eliminar