quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Invernos de pele


Quantos casais viverão separados pela força das circunstâncias? Que mar terão entre eles? Ou muitos quilómetros de estrada? Rios?

Muita gente deixou Portugal, muita gente foi para outro lugar dentro de Portugal. Vozes que só se escutam por telefone e via Internet.  Nenhum abraço na chegada a casa, uns lábios sempre secos.

A intimidade, eis aquilo que a distância nos faz perder. A cama solitária noite após noite torna-se incontornável, tanto o queremos e não sabemos se pode já ser de outro modo. As distâncias forçadas são diferentes das outras distâncias criadas por quotidianos cinzentos, mas são ambas frias. Gelam este sol que felizmente tem vindo todos os dias.

~CC~

2 comentários:

  1. o médico perguntou: o que sentes?
    e eu respondi: sinto lonjuras doutor. sofro de distâncias (caio f. abreu)

    adoro estas duas linhas, e distâncias conheci tantas e tão diversas, todas elas dolorosas.

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  2. ah...
    p.s - a não ser aquelas distâncias que se desejam... essas sim, são alívio, frescura ;)

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