quarta-feira, 31 de maio de 2017

Andorinhas



Voltam, elas voltam ao mesmo local onde colocaram o seu ninho. Insistem, mesmo quando lhes tentam desfazer os planos. Aqui fizeram-no num sítio altamente improvável, mesmo por cima da porta da entrada na cozinha, logo a porta que se abre mais. Pudemos assistir a tudo, ao depósito dos pequenos ovos, às cinco crias que abriam os bicos mal ouviam um barulho, num pedido estridente por comida, ao modo como cresciam e mal cabiam no ninho, ao modo como a mais frágil foi atirada para fora e morreu aqui no chão, mesmo ao pé de nós. Agora os pequenos já voam o dia todo e voltam para dormir à noite, enfiando as cabeças para dentro do ninho, já não cabem lá dentro. Os pais ainda vigiam, dormindo por perto, no telheiro. Como é que esta vida se passou a desenrolar em locais urbanos, na proximidade dos humanos, é coisa que me espanta mas me maravilha.

~CC~


6 comentários:

  1. Bem verdade! Quem se esquece de onde deixou os filhos?
    Andorinhas....
    Na primavera voltam sempre
    Kis :=}

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  2. Também me encanto com isso. Há alguns anos que umas andorinhas vêm dormir nas traves de um telheiro das traseiras da minha casa. No entanto ainda não lhes tinha visto ninho. Este ano fizeram um sobre a caixa da lâmpada desse telheiro e também encontrei um filhote caído.

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  3. gosto tanto das andorinhas, CC.
    e tu escreveste-as tão bem!

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  4. CC, o labor das andorinhas também me maravilha!

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  5. que sorte...:)
    eu acho que elas vêm para nos lembrar que a humanidade não é coisa só dos humanos :)

    beijo, CC

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  6. Quem olha os céus como a Laura, de certeza que já tinha prendido os olhos nelas:)
    Isabel, sempre tão atenta a tudo, aprendo muito consigo, com as coisas que nos arranja para nos maravilhar no seu blogue.
    Ana, talvez seja isso:)
    ~CC~

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