Registei o segundo banho de mar, bem gelado, a só permitir entrar e sair quase no mesmo minuto. Mas com ele tive a certeza do poder regenerador da água salgada, do bem que se infiltra pele dentro e me chega às células que determinam a satisfação, o bem estar e a alegria. Li, deitada na areia, três contos peregrinos do Gabriel Garcia Marques, maravilhada com a sua mestria no uso da palavra, do humor e da cultura dos lugares do mundo. Há muito que não lia só por prazer.
Registei ainda o modo como a família se reuniu quase toda, atravessando cinco deles o atlântico até aqui. Comemos, bebemos, rimos, conversámos, dormitámos. E tive a certeza que aqueles momentos eram também dopamina pura, uma injecção transmissora de alegria ao sistema nervoso central, com a vantagem se aí se depositar como uma pequena reserva, talvez a usar em dias mais sombrios.
Eu e ela provámos à vez fatos de banho, invertendo a ordem, ora era ela a provar e eu a trazer, ora o inverso. E é dessas coisas tão pequenas que nasce a cumplicidade e agora que ela se foi por durante mais uns dias ou semanas, nascerá também a saudade. A saudade é vida pura, faz o sangue circular para se entristecer e depois para se extasiar.
E a paragem de apenas alguns momentos no ritmo intenso mostrou-me mais uma vez o quanto estou a desperdiçar o tempo a trabalhar. À procura de caminhos para poder abrandar, como quem procura saber qual o fusível que pode desligar e ainda assim manter a luz acesa.
A alegria pode vir assim, mesmo em doses pequenas, é a ela que me agarro.
~CC~
Qualquer transatlântico deveria ter alegria em vez de bóias
ResponderEliminarsão das alegrias mais bonitas, CC, sem qualquer dúvida!
ResponderEliminarSabes CC, foi muito por isso que me despedi de um trabalho onde estive efectiva e por 8 anos.
ResponderEliminarPercebi que não era feliz e estava a matar-me todos os dias em troca de um ordenado que nem sequer era grande coisa. E mais que isso, percebi que nunca poderia dizer ao meu filho para correr atrás dos sonhos dele se eu não fosse capaz de correr atrás do meus.
E não me arrependi nem um único segundo disso! Tive muita sorta aqui pelo emio também e muiats pessoas boas à minha volta. Costumo epnsar que colhi aquilo que andei a planatar durante tanto tempo.
E sim, agora sou feliz! Posso ainda não ter completado tudo o que gostaria mas sou FELIZ!
São momentos assim, de simplicidade e de partilha, que fazem valer a pena os dias.
ResponderEliminarBom fim de semana, CC. Abraço
Luís, que bela ideia!
ResponderEliminarA Laura sabe:)
Ana A. o meu problema não é o mesmo, adoro o meu trabalho e por isso me entrego excessivamente a ele, EXCESSIVAMENTE!
Deep, um dia destes vamos viver um momento desses as duas a sul ou a norte?
~CC~