sábado, 28 de julho de 2018

O outro, sempre esse mistério


Foi por causa deste post dela que me lembrei de ti.

Não foste a primeira lembrança que essa pertenceu ao rapaz sobre o qual teci o meu comentário. Foste a segunda.

A tua mão suada que pingava literalmente um amor que não tinha para te dar. Não sei se fui generosa deixando-a ficar na minha durante todo o passeio pela serra de Sintra. Queria tirá-la, queria dizer-te que não a sentia, mas não conseguia. Não guardei nenhum dos poemas que me escreveste e, contudo, deves ter sido dos únicos ou mesmo o único a fazê-lo. Eras o nosso patinho feio, a tua inclusão no grupo era feita com pinças, metade tinha pena, outra metade era indiferente. Penso agora que pouco sabia de ti, apesar de estares tão ligado a mim. 

Para onde é que a vida te terá levado?

Pouco depois desse episódio de Sintra, desapareceste quase de um dia para o outro. Não te procurei por não te querer fazer sofrer? Ou terei ficado aliviada?

Nunca mais me cruzei contigo e nem consigo lembrar-me do teu rosto, mas tenho a clara sensação da tua mão suada presa à minha e da tristeza que senti. O outro, sempre esse mistério.

~CC~

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