Um estuário não é mar nem é rio, é um lugar híbrido que mistura doce e salgado, inaugurando assim um conjunto de outras hipóteses para a vida selvagem, essa que tantas vezes vive escondida dos nossos olhares. Este meu estuário é um enlace tranquilo do rio Sado com o oceano Atlântico, é tão belo que golfinhos o escolheram habitar.
Querem agora que se torne maior e mais fundo para deixar entrar navios de grande porte, mais cargueiros, contentores pesados, sirenes a sério. Nada que não se consiga fazer atendendo ao retorno económico para o Porto. Há uns estudos ambientais a realizar, nada que não se consiga fazer aprovar. Há umas vozes de associações ambientalistas que irão protestar, meia dúzia que será fácil de calar. Meia dúzia a falar do perigo de perdermos a beleza destas praias de água cristalina e fria e de areia transparente, das alterações no habitat dos golfinhos, das lamas que serão depositadas em área de pesca artesanal, do volume pesado destes navios a navegar no estuário. Uma luta que parece pequena num mundo doente e a precisar de lutas maiores. Mas ainda assim uma luta digna, uma luta a que me junto. Este estuário é também o meu mundo, a minha casa.
~CC~
e, seguramente, a fuga dos golfinhos,
ResponderEliminarLutar e acreditar, mesmo quando parece que tudo está determinado.
ResponderEliminarAlexandra, claro que eles dizem que não acontecerá...mas que sabem eles da vida dos golfinhos?
ResponderEliminarPois é Luísa, mas ultimamente o mundo anda a afogar-nos a esperança.
~CC~