segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Outono (II)



Dois testes de resiliência.

A despedida dos banhos de mar.

A primeira aula com os estudantes novos, no 1º ano do ensino superior.

Não posso avaliar qual custou mais. São custos talvez diferentes.

Mas um e outro deixaram-me o corpo cansado e a cabeça flutuante.

Uma nota positiva do primeiro: a praia voltou a estar tão tranquila.
Uma nota positiva do segundo: pareceram, no mínimo, curiosos.
Uma nota negativa do primeiro: as despedidas dão-me vontade de chorar.
Uma nota negativa do segundo: nenhuma das perguntas que fizeram era verdadeiramente interessante.

Quando o Outono avançar poderei saber mais e ainda outras coisas.

~CC~


4 comentários:

  1. Duas notas positivas + duas notas negativas dá um empate - o que já não é mau!
    Esperemos que a balança do Outono faça pender o prato das coisas positivas (conhecimento e não só...) em detrimento do outro.

    ResponderEliminar
  2. Bem queria encontrar um dia para me despedir do mar, mesmo sem banhos. Mas a despedida vai ser como o verão, ameaça mas não chega a acontecer. Também não gosto e despedidas, mas do mar despeço-me com naturalidade, a praia quer estar sozinha, sinto-me a mais e sei que no ano seguinte - se haja verão e circunstância - nos reencontramos. E nem precisamos marcar dia ou hora.
    Dos alunos ainda há que esperar, o primeiro dia não é nada. É mais tarde que as coisas, boas e más, acontecem:). Boa sorte para todos

    ResponderEliminar
  3. Ainda a propósito dos amores de verão...

    "Tinham-se conhecido na praia há dois dias. Quando acordaram de manhã, na mesma cama, ele sentiu-se orgulhoso da sua performance noturna. Levantou-se, encheu o peito de ar de modo a fazer sobressair os músculos e disse em tom de brincadeira:
    - Então quanto tempo vai durar este amor?
    - Não sei.
    - Três semanas, três anos, três décadas?
    - Você é, afinal, igual aos outros... procurando meter a eternidade dentro de números! (disse com voz calma mas pondo toda a alma no que dizia).
    Ele não estava à espera, o seu cérebro não conseguiu dar resposta e, resignado, limitou-se a retrair os músculos, como se tivesse levado um murro e perdido o combate.

    Enquanto ele entrava ainda meio atordoado na cabine do duche, ela colocou a pasta na escova de dentes, olhou-se ao espelho e pensou: Que beijos... tão inexperientes que se assemelham a uma má prova tipográfica dos primeiros tempos da imprensa!".

    ResponderEliminar
  4. Maria, vamos ver:)
    Bea, o primeiro dia não diz tudo, ainda assim diz alguma coisa. É como o olhar primeiro sobre alguém, um prelúdio.
    Joaquim, já viu a serie "The Affair"? O que tem de mais interessante é mostrar como as pessoas podem viver de forma diferente um mesmo acontecimento, esta sua história fez-me lembrar isso. É doloroso que assim seja mas é mesmo assim muitas vezes.
    ~CC~

    ResponderEliminar

Passagens