quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Desgosto


Eu sou de um tempo em que os fascistas não se atreviam a distribuir propaganda na avenida central da minha cidade. 

Acho que tudo começou a mudar quando a CDU escolheu a cor azul como sua.


~CC~

7 comentários:

  1. Quem são os fascistas? Onde, onde?!
    "Eles andem aí". Mas, em democracia, não é mesmo para poderem andar?!
    Ou quer apenas dizer que no seu tempo não havia partidos fascistas, éramos todos democratas. O que é capaz de ser verdade; até o fascista mais retinto se afirmava democrata. Hoje, à pala da liberdade democrática, saem à rua e propagandeiam-se; e é talvez melhor tê-los reunidos, pode que sejam mais fáceis de escrutinar.

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  2. Não consigo entender o motivo do seu desgosto/revolta.
    No entretanto, exprimo o meu agrado em verificar que a cidade mantém o nome da cantora lírica (uma espécie de Callas de então) e do poeta libertino nas principais artérias do município, em detrimento de uma qualquer Catarina Eufémia, não obstante o 'poder' da forças políticas da região.

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    1. Ai Joaquim, uma 'qualquer' Catarina Eufémia. Realmente ela era apenas uma pobre ceifeira, de vinte e poucos anos, que foi abatida à queima-roupa por um GNR, com um dos 3 filhos ao colo.
      E qual o crime dela? Ia com um grupo de mulheres pedir um aumento ao patrão, pois trabalhava de sol a sol a troco de quase nada.
      E morreu por isso!
      Espero que em Setúbal haja uma Rua Catarina Eufémia; deveria até haver uma rua com o nome dela em todas as terras do Portugal Livre, seria uma honra para mim morar numa dessas ruas.
      Admiro mais as mulheres e os homens que se bateram e morreram pela Liberdade do que os 'democratas' que nasceram que nem cogumelos no dia 26/Abril/74.
      E, para que conste, nunca votei no PC, nunca calhou... e acho que nós, os portugueses, temos uma nemória muito curta.
      🍃🍁🍃
      Maria

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  3. Joaquim e Bea, se se atrevem a vir até ao meio da "cidade vermelha" (durante muito tempo foi assim chamada), já se atrevem a ir a todo o lado, perderam o receio, o que mostra que se sentem mais fortes. E a sua força é uma ameaça à Democracia. O que me desgosta? Essa força a crescer pela Europa e a chegar aqui. Se me entregarem um papel rasgo-o à frente deles pois nunca se deve perder uma oportunidade de lhes mostrar repúdio.
    ~CC~

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  4. Bom, visto assim, concordo que seja preocupante. Mas, enquanto a nossa geração viver e votar suponho que não criem muitos ramos novos. No futuro, não sei. O que me faz pensar que algo falhou da nossa parte, a educação democrática não se cumpriu. Nem em casa, nem na escola. É inadmissível que os garotos não saibam a história do 25 de Abril. Não em filme. Contada por nós, que é assim que se planta a semente da democracia. Passar os filmes na TV ou nas escolas (que não se passam) pode ser complemento.
    Tenho a certeza que nada se ensina a todos. Nem todos aprendem a usar o pensamento próprio; que talvez o português não seja tão rico e fluente como desejaríamos, que as tabuadas se esquecem, as contas de dividir, idem, que as máquinas substituem esses saberes. Mas o que não se esquece é quase meio século de ditadura. E é preciso contar, dizer o que e como foi. Portanto, se o movimento fascista cresce, suponho que não é apenas fruta do tempo. Entre outros factores que importam e faltaram está o relato, a história de um povo e do seu sofrimento no período salazarento. É preciso desmontar o Deus, Pátria, Família, que à primeira vista até parece bom prenúncio.

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  5. Meus caros Bea, Joaquim e Maria, como vêem a minha preocupação tinha sentido, elegeram deputados.
    ~CC~

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  6. Pois elegeram, ~CC~, porque, tal como eu disse acima, os portugueses têm a memória curta. E os mais jovens nem sabem como isto era... mas eu lembro-me bem, o 25 de Abril apanhou-me já crescidinha. E até nem estava mal, tinha um bom emprego e um bom ordenado, mas não sabia nada do que se passava em Portugal e no mundo.
    Nem tudo correu bem na Democracia, mas até ver, não há nada que pague o facto de sermos livres.

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