O que dói mais?
Deixarmos de amar alguém ou alguém deixar de nos amar?
E quando acontece é de uma vez só, como um corte, ou vai acontecendo? Ou das duas formas?
Idealmente devia ocorrer ao mesmo tempo, dois barcos afastando-se mais e mais, o mar de permeio a unir e a distanciar, um adeus leve cheio de vento e ternura. Há despedidas assim? Ou há sempre dor, mesmo que amortecida, daquelas que se transportam sem exigir medicação ou consulta?
Eu só estou aqui a perguntar, nada mais.
~CC~
Muito bonita essa imagem "marinha" de afastamento. Até acredito em casos assim, embora suponha que sejam raros. De resto estou mais do lado das perguntas do que das respostas.
ResponderEliminarDoce sim mas ainda assim sempre um bocadinho triste, não acha Luísa?
Eliminar~CC~
Estou do lado das respostas e arrisco que em casos sérios de amor a dor está lá. Se há amor, a dor do apartamento é consequência necessária. Espera-se que o tempo a mitigue e esmoreça, não há outro caminho, nunca houve. Quem nos dera, e oxalá o afastamento fosse esse apartar de dois barcos com rotas que divergem, o tal "adeus leve cheio de vento e ternura". Mas é tanta coisa mais. Tanta. Pode, contudo, ser assim para um dos intervenientes e não para o outro. Porque, o improvável da simultaneidade é o improvável do que cada um sente. Que isso só ele o sabe e não é de dizer ou confidenciar.
ResponderEliminarUm texto melancolicamente bonito, CC.
Até nos comentários a Bea escreve com uma qualidade...só para dizer que o seu comentário é tão ou mais bonito que o texto.
Eliminar~CC~
Já tenho dito que esta senhora até parece que se esmera mais nos comentários...
EliminarEstou do lado das respostas.
ResponderEliminarDeixar de amar alguém é mais tristeza e desencanto que dor. E, nesse caso, a imagem de partir lentamente num barco a remos parece-me bem, nunca num cruzeiro. Mas para o abandonado(a) pode ser um naufrágio, se realmente existiu amor.
Sendo a simultaneidade impossível, é sempre mais feliz quem mais amou.
PS - porquê a necessidade da última frase CC?
"Sendo a simultaneidade impossível" - acha mesmo? Não tenho assim tanta certeza, acho que um movimento poder gerar o outro também, alguém inicia o desamor e o outro vai respondendo da mesma forma, por protecção, necessidade ou por se desiludir também.
EliminarA última frase destina-se justamente a obter respostas de quem lê. Tenho curiosidade em saber...
CC, o que eu quis dizer foi, "para os casos" em que a simultaneidade é impossível... Mal fora.
EliminarPara obter respostas, que sempre as teria, não era preciso a última frase :)
Não concorda?
Qualquer coisa é melhor que o moderno e brutal ghosting
ResponderEliminarhttps://leitor.expresso.pt/semanario/semanario2556/html/revista-e/fraco-consolo/amigos-fantasma
Também o leio quase sempre:)
EliminarObrigada por vir.
~CC~