domingo, 3 de dezembro de 2023

Advento (I)

 

Maravilhoso tempo aquele. Nenhum enjoo, nenhuma indisposição, nenhum desejo louco de comer alguma coisa. Apenas uma paz doce, uma tranquilidade, um embalo do teu corpo dentro do meu. Não tive medo, de quando em quando uma pequena angústia em torno de te saber um bebé saudável, como deve acontecer com todas as mães. Todas as coisas muito mais relativas, até parar a meio o mestrado que então fazia. Uma barriga a crescer lentamente, nunca demasiado pesada, nunca demasiado incómoda.

Não te dei esperança como nome mas podia ter dado. Provavelmente nome que destetarias quase tanto como aquele que te dei. Continuo eu a adorá-lo.

~CC~




Nota: Do primeiro Domingo do mês de Dezembro até ao Domingo do seu nascimento, esse é o calendário do advento na religião católica. Não sou católica e sei que Jesus, se é que existiu não nasceu em Dezembro. Ao que venho então? Talvez à ideia do sagrado, é conceito que me fascina, uma ideia em erosão. E à coisa pequenina que é desembrulhar o tempo, dia a dia, com palavras.

4 comentários:

  1. Retribuo a sua visita com prazer do que li aqui. Voltarei.

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  2. A verdade é que em cada um de nós existe um nadinha desse calendário de Natal, do nosso tão humano ou o de um Deus que se fez tal. Que interessa seja um ou o outro?! Ambos têm esse quê de sagrado e porvir que nos anima em qualquer nascimento. Tempo de esperança. Um dos meus Meninos Jesus gosta do nome a não poder mais - sempre gostou; escolhi-o uns dezasseis anos antes de nascer. O outro nem por isso.

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