segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

No escurinho do Cinema

 

Nome improvável de me chamar, país igualmente. Fui porque alguém me soprou é bom.

Vidas passadas é um filme coreano.

Cada vez gosto mais de cinema de geografias mais desconhecidas e os coreanos ultimamente têm sido a minha maior surpresa.

É belo, de uma delicadeza tocante. É sobre amor, desencontro, renúncia. É também sobre identidade(s), essas fronteiras onde nos moldamos numa língua, numa geografia, num modo de ser. E sobre esse hibridismo dos seres que atravessam fronteiras, fazem casamentos mistos, amadurecem em lugares múltiplos, fruto de experiências que não eram aquelas que a família deixava antever.

Belos actores que por certo não caminharão em nenhuma passadeira vermelha à luz de holofotes.

Apeteceu-me muito chorar como a actriz chora no final. esse choro em soluços que ela deixou para trás quando se tornou adulta. Mas saí a correr do cinema e não chorei.

~CC~


8 comentários:

  1. Hibridismo ditado pelas duas Coreias, por divisões que as vontades dos homens
    impõem. Depois há essa sensibilidade à for da pele com que os contadores de histórias nos comovem.
    Abraço
    Olinda

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    1. Neste caso é mais de uma família Coreana que emigra para o Canadá e depois para os EUA. Mas sim, a questão das duas Coreias é também estranha, talvez outro filme a conte e nos comova. Abraço

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  2. Quis ver esse filme mas não está num lugar perto de mim. Tenho pena.
    Um abraço.

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    1. São limitações chatas de quem não vive nos grandes centros...mas quem sabe num cine clube (há algum onde mora?)... ou uma ida a Lisboa? Eu aqui tenho o meu maravilhoso Charlot que é camarário e passa quase sempre bons filmes (e a 4,5 euros). Abraço

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  3. Por ter um cinéfilo quase em casa, já sabia - e vi mesmo alguns filmes - da qualidade dos sul coreanos em cinema. Também já li em qualquer lado que esse filme vale a pena. Mas já o tinha eleito antes. Por nada, só por me parecer. É provável que, para já, nem chegue a vê-lo. Mas, se vivesse perto de um cinema, faria o meu gosto.
    Boa semana, CC.

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    1. Passou na quinta e na sexta às 18h (também às 21h30m). Para a sessão da tarde talvez consiga vir se conduzir...vá vendo a programação semanal e se algum dia quiser vir e gostar de companhia diga, pode ser que se dê a feliz coincidência de eu poder. Boa semana Bea e parabéns pelo filho cinéfilo:)

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    2. Vi-o ontem no cinema, por súbita e inesperada coincidência de horários. E à noite, com o filho cinéfilo vi The Holdovers. Gostei dos dois, mas prefiro o primeiro. Desconhecia que fosse de uma realizadora, mas lembro-me de pensar quando o filme terminou que parecia realizado por uma mulher. Gosto dos filmes sul coreanos pela simplicidade com que se apresentam, vão ao que interessa e como que regressam a uma genuinidade de sentimentos que falta já nos outros. O modo como filmam o que realmente importa é muito bonito. Além disso é uma cultura que não grita, facto que aprecio. Eu choro assim nos funerais que levam o morto e parte de mim. E, tal como a actriz, acontece-me mesmo só no final.
      Frequento mais a zona da Gulbenkian: o museu, as consultas, os cursos do Corte Inglês, os concertos; fica tudo perto. Não preciso levar o carro, o comboio é directo e o passe dá para muito e diverso lugar. Mas, um dia, para nos conhecermos, podemos combinar Setúbal. Mesmo que não haja filme:).
      Bom dia, CC

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    3. Que contente fico de o ter visto e de ter gostado. Também vou muito a Lisboa e aquele jardim é território sempre de deslumbre, qualquer dia combinamos:)
      Dia bom Bea!

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