As viagens inspiram-me receio, não sou hábil a estacionar e muito menos a conduzir em cidades desconhecidas. Tenho medo do cansaço dos longos trajectos quando ele se mistura com o meu próprio cansaço. Luto arduamente contra todos os meus receios, sempre assim foi, as vitórias nem sempre são retumbantes mas as pequenas vitórias também nos alimentam.
E o perigo existe em todo o lado. Tropecei à noite numa das saliências de uma descida mal iluminada e raspei as mãos e os joelhos no cimento, o sangue era mais assustador do que a dor. A minha linha da vida na palma da mão esquerda tem agora uma ferida no meio, só quero é que a minha própria vida não se interrompa, já que as feridas visíveis e invisíveis dela fazem parte. A seu tempo sarará esta e as outras e delas restará apenas a memória da dor e, espero eu, linhas de futuro.
~CC~
A memória da dor, felizmente já não é a dor, é por tal que não julgo que recordar é viver. Bom, viver é. Mas o trabalho da memória não iguala o que se viveu, a realidade é sempre muito mais que a recordação. Mas ainda bem que recordamos, sinal de que vivemos:).
ResponderEliminarA memória da dor é a dor amortecida pelo tempo. Bom sábado Bea.
EliminarParar de viajar não é solução.
ResponderEliminarUm abraço.
Já enfrentei muitos medos, outros nem tanto. Também não sou uma super heroína, logo tenho vitórias e desistências. Mas as primeiras sabem-me melhor.
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