Mais uma jornada de itinerância.
Retive a cidade molhada pela chuva e o modo como acordou com o céu mesclado no dia seguinte e solarenga no dia mais a seguir. Em todas essas nuances deletei-me a ver o modo como a água reflectia a luz. As cidades da água têm uma magia especial, é como se nelas os elementos vivessem num diálogo mais íntimo, fazendo com que nos sintamos mais parentes dos peixes e das aves. Não se conhece uma cidade se não se vive o seu amanhecer e o seu anoitecer, é esse o factor que permite ou não gerar a química.
Não sei como há quem vá apenas para proferir a sua conferência ou comunicação, não se desvie um milímetro do anfiteatro e da universidade, vão e voltam no mesmo dia se for preciso e nada bebem nem comem e muito menos deambulam ou absorvem. O essencial das coisas está muitas vezes ao lado delas ou preso em algum cujo título não deixava adivinhar o tesouro que escondia. A academia está cada vez mais cinzenta e fechada sobre si própria ao passo que as cidades vibram, exultam e comunicam. Talvez isso explique a oferta aos oradores tenha sido três livros publicados pela universidade em vez de uma caixinha de doces típicos.
Hei-de deixar um conselho aos que ficam ou aos que chegam: olhai as cidades por onde passas.
~CC~
Que belas fotos, não lhe conhecia o jeito. Se na primeira sobressaem as cores, na segunda, de autêntica profissional, os límpidos reflexos chegam a confundir o real com o seu simétrico.
ResponderEliminarConcordo consigo CC, o espírito de um povo ou de uma cidade só se descobrem no meio deles.
Gosto muito de fotografar sim mas nunca aprimorei nada e apenas uso o TM, sabendo todos nós que as máquinas fotográficas têm outro potencial...e amiúde perco todas as fotos nos TM quando os troco...não tenho computador com memória para as armazenar nem tempo para guardar com lógica num disco rígido...as que mais lamento, as que perdi de São Tomé. Vivo depressa demais, disso não tenho dúvidas. Ainda assim, procuro ver e sentir, outros acho que já deixaram de tentar.
EliminarCom uma licenciatura, um mestrado, um doutoramento, um impressionante CV e uma vida profissional e académica de alto nível, como haveria de arranjar tempo para arquivar fotos CC?
EliminarAh, ah...mas o Joaquim é que tem jeito para a investigação! Pois, já percebi que para si há muito que deixei o anonimato. Tranquilo... mas seja reservado por favor.
EliminarOlha a minha cidade. :)
ResponderEliminarSério?! Não sabia...é um sortudo, a cidade está cada vez mais bonita.
EliminarÀs cidades sem água falta-lhes alguma coisa.
ResponderEliminarUm abraço.
Sim, nem que seja um rio, uma ribeira, um lago...sem água por perto fico mesmo com sede:)
EliminarAveiro?
ResponderEliminarPassei aí aproximadamente dois dias no verão, depois de um dia e umas horas em Coimbra. Passeei, comi (também os doces típicos) e desfrutei. Pelo caminho, escorreguei e lesionei um ombro, que ainda me dói... mas isso não conta!
Visitar ou revisitar outros lugares, sentir o pulso às cidades são gestos que confortam, sobretudo a alma.
Boa semana. Um abraço.
deep
Querida Deep, que bom vê-la por aqui. Aveiro é mesmo escorregadia:) Mas fica-nos cá dentro. Um abraço
EliminarAmo visitar lugares novos, não precisam ser cidades. Visitá-los e apanhá-los desprevenidos, corrê-los pela manhã, as ruas ainda de pálpebras cerradas, só um ou outro transeunte; o próprio ambiente dos cafés é mais espraiado e descontraído. Não identifiquei a cidade de Aveiro a que já fui várias vezes. Lugares com água são mais apetecíveis, mas gosto muito de terrinhas alentejanas daquelas em que o ar parado treme de calor e arde em círculos, só as madrugadas são amenas. Gostos.
ResponderEliminarBoa noite e boa semana, CC.
Partilho desse deslumbramento Bea. Procurei apanhar Aveiro em ângulo menos habitual:) Percebo-a, também gosto dessa tranquilidade alentejana mas se tiver por perto um rio, ribeiro ou barragem, tanto melhor. Boa semana!
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