quinta-feira, 17 de outubro de 2024

À bolina

 

Sonhou uma família grande e teve-a. Não são todas as pessoas que têm quatro filhos, só talvez as muito corajosas. Contudo, a harmonia que idealizou, um grande piquenique com todos a partilhar a merenda, a rir e a brincar, esse ficou fora do postal.  Tenho muito carinho pelas suas lágrimas, entendo-a. 

Mas as famílias não são coisas que possamos sonhar, são mais barcos no mar aberto e devemos aprender a navegar à bolina. 

~CC~

7 comentários:

  1. Concordo "as famílias não são coisas que possamos sonhar". Conheço quem fez uma casa de três andares para os pais e para os filho e acabaram a morar sozinhos numa grande casa vazia.
    Um abraço

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    1. Vários casos desses...pais que fazem ninho e pensam o ninho dos filhos, corre mal...Um abraço

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  2. As famílias são um organismo por vezes muito complexo. Mas se essa pessoa tem a CC ou outras amigas/amigos que lhe entendam as lágrimas, é um conforto. Julgo que pode existir gente que não se atreve ou não é capaz de lágrimas cujas, bem vistas as coisas, são uma espécie de catarse, aliviam. E também há gente que não tem ombro onde chorar. Porque é como diz, a família começa por ser um sonho partilhado e vai-se concretizando o sonho até onde o sonhador, a vida e os outros deixam. O que sobra é sempre realidade - tanta vez não sonhada; o que não é forçosamente um mal, a vida tem de ter surpresas. Andar à bolina lembra-me a caninha verde de Fausto e mais o "navegar, navegar".
    Boa tarde, CC.

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    1. Sim, navegar à bolina que é uma navegação que quase sempre permite manter o barco à tona:)

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  3. Como em tudo na vida, diria eu. Mas, há quem não nunca aprenda a fazê-lo.
    É o meu caso. Continuo a idealizar, apesar dos tombos.
    Um abraço,
    Sandra Martins

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    1. A idealização pode ser a morte do próprio sonho...sonhe com fonteiras menos definidas:) Um abraço

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  4. What a beautiful metaphor for family life! It’s true that families often come with challenges that can make the idyllic dream feel distant. Learning to navigate those rough waters is part of the journey, and it’s touching to see your understanding and empathy for her experience. It’s a reminder that the reality of family can be complex, but the love and connection can still guide us through.

    Read my new blog post. Wishing you a happy weekend!

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