O cansaço seca-nos por dentro mesmo que nos tenhamos cansado por coisas boas, interessantes. O excesso cria vazio. Quando chego a casa num sábado à tarde depois de um dia de formação na escola onde estive a trabalhar ontem e antes de ontem e antes de anteontem, surpreendo-me por um vizinho que entra no elevador com uma criança falar comigo como se me conhecesse, de repente não tenho ideia de o ter visto antes, o que deve ser impossível pois já estive na gestão deste condomínio.
Mas ele não me cumprimenta apenas, pergunta se está tudo bem, o que me parece acordar do meu intenso adormecimento social, digo-lhe que sim estranhando uma pergunta tão cordial e ele continua; já estamos num novo ano... e eu: pois (com vergonha de não me apetecer dizer nada). Ele continua; já passou o dia de reis (quando o diz, eu penso de que reis estará ele a falar, só depois percebo) mas desejo-lhe um bom ano. Eu parva...sem conseguir sequer desejar o mesmo, reagir, disse apenas: obrigado.
De repente tenho muita vontade que alguém me abrace, me console deste cansaço, abrir a porta e saber-te em casa. Sinto uma dor fininha no peito, é o teu abraço que me falta.
~CC~
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