Há quem se deixe ficar pela noite dentro e acorde quando o dia já nasceu há muito.
Eu sempre madruguei. Estudava de manhã algum tempo antes de sair de casa. Quando trabalhava e estudava ao mesmo tempo, ainda no tempo da licenciatura, também o fazia, colocava o despertador para as cinco e meia da manhã e o pequeno almoço era entre os livros. Saía por volta das sete, sete e meia.
Fiz a minha tese de doutoramento a levantar-me às seis e a escrever grande parte entre as seis e as nove. É assim tarde para mudar. Acordo invariavelmente por volta das seis, seis e meia e raramente consigo dormir mais. Por isso vos posso dizer, caso o serviço interesse, a hora a que nasce o dia. Hoje às 7h30m começou a clarear, passados seis minutos a claridade já ganha à noite. Uns são felizes porque vão trabalhar e outros infelizes pelo mesmo motivo. Eu era geralmente feliz por o fazer e tento não ser infeliz agora por ter que parar.
Faço um chá e leio, leio tudo o que aparece, mas sobretudo o que antes nunca tive tempo para ler. Chaves para compreender o mundo estranho em que vivemos, acabei agora mesmo um pequeno ensaio escrito por um jovem, filho de amigos, que explicita a oposição entre sunitas e xiitas no médio oriente. Sou bastante indisciplinada, poderia aprofundar leituras mais relacionadas com a minha profissão, mas como basicamente tudo me interessa e não há coisa que não tenha relação com uma outra, tento viajar a partir do meu sofá.
~CC~