Um casal na casa dos quarenta madrugando domingo na praia, pareceu-me que já segunda relação, pois ela chegou primeiro e ele uma meia hora depois. Ela chamava-o de Fofinho e ele de Lontra. A conversa prosseguiu assim na maior parte do tempo, ela em tom doce, ele em tom de menosprezo. A determinada altura ele disse-lhe: precisavas de perder dez quilos. A mim ocorreu-me que talvez ela pudesse responder: e tu precisavas de um cérebro novo. Infelizmente ela calou-se.
~CC~
Que desfaçatez! Irrita-me solenemente quando a disparidade no tratamento salta à vista. E ainda um dia destes estive com um casal dessa estirpe (numa próxima, não fico silenciosa). Há pessoas muito agrestes para quem compartilha a vida com elas e a tudo anui. Mesmo que sejam compartilhados apenas bocados de vida, há o respeito que se deve ao outro (já nem falo do amor). E o vexame infligido na presença de terceiros também conta negativamente. Até onde pode ir o amor que se amachuca uma vez e outra, e outra ainda. E o que pode levar alguém que dele precisa a agir com tamanha aspereza é o que me pergunto. As pessoas são mistério às vezes insondável.
ResponderEliminarBoa tarde, CC
Bea, creio que o medo de ficar sozinho/a assusta muita gente. E não diferenciam sozinho/a de solidão, pois podemos estar acompanhados mesmo quando não somos parte de um casal e podemos ser parte de um casal e estar sozinhos. Bom fds
EliminarPor vezes bastam uns minutinhos para nos apercebermos da harmonia ou da falta dela, nos casais.
ResponderEliminarSabe CC, não escolhemos o nosso coração; não podemos obrigar-nos a querer o que é bom para nós ou o que é bom para as outras pessoas.
Então Joaquim, não temos capacidade de escolha?!
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