Então que é isso, CC. A saudade é sempre certa nestes dias, a gente deixa-a entrar, não há como fechar-lhe a porta. Mas a CC também é mãe e há alguém a pensar nos seus doces. Ou não, pensa também nos da avó?! Não acredito. Toda a gente dá uma mãozinha na cozinha pelos filhos, sobrinhos (a nossa menina já veio investigar se há torta de chocolate - e nem precisava, há muito que a tornou permanente) e mais. Minha mãe fazia bolo de laranja quando as conseguia. No Natal havia fofos de abóbora e eu não gostava; mas tínhamos abóboras e não laranjas. Lembro meu pai em seu passo pesado, grato à rampa a rampa que dá acesso à cozinha de vidros embaciados e eu no meio da estrafega, os ganchos do cabelo a trouxe-mouxe, avental sujo, contente dos seus passos trôpegos, "tão pai?" e ele a beijar-me "tás boa filha?" Eu, "e o pai?" Ele encolhia os ombros, "cá estou" E ia andando para a sala onde os netos e a lareira a crepitar já o esperavam, todos a beijarem-no e a ceder-lhe o lugar mais quente, "sente-se aqui, avô". Meu pai para o neto mais velho "senhor engenheiro" e ele a rir, "senhor não, avô, senhor doutor engenheiro". E nunca mais estas piadas entre avô e neto. Natal é também e sempre eles, os que nos deram o ser. Sem aqueles dois não existíamos nós e não creio que haja coisa que nos separe. Tenho até certa esperança em nos juntarmos no pó de que somos feitos. Bom Natal, CC.
Sim, já criei um doce que se acrescenta à memória dos Natais...e a minha filha aprendeu a fazê-lo. Mas é o primeiro Natal sem a minha mãe e isso marca-o.
Então que é isso, CC. A saudade é sempre certa nestes dias, a gente deixa-a entrar, não há como fechar-lhe a porta. Mas a CC também é mãe e há alguém a pensar nos seus doces. Ou não, pensa também nos da avó?! Não acredito. Toda a gente dá uma mãozinha na cozinha pelos filhos, sobrinhos (a nossa menina já veio investigar se há torta de chocolate - e nem precisava, há muito que a tornou permanente) e mais. Minha mãe fazia bolo de laranja quando as conseguia. No Natal havia fofos de abóbora e eu não gostava; mas tínhamos abóboras e não laranjas.
ResponderEliminarLembro meu pai em seu passo pesado, grato à rampa a rampa que dá acesso à cozinha de vidros embaciados e eu no meio da estrafega, os ganchos do cabelo a trouxe-mouxe, avental sujo, contente dos seus passos trôpegos, "tão pai?" e ele a beijar-me "tás boa filha?" Eu, "e o pai?" Ele encolhia os ombros, "cá estou" E ia andando para a sala onde os netos e a lareira a crepitar já o esperavam, todos a beijarem-no e a ceder-lhe o lugar mais quente, "sente-se aqui, avô". Meu pai para o neto mais velho "senhor engenheiro" e ele a rir, "senhor não, avô, senhor doutor engenheiro". E nunca mais estas piadas entre avô e neto. Natal é também e sempre eles, os que nos deram o ser. Sem aqueles dois não existíamos nós e não creio que haja coisa que nos separe. Tenho até certa esperança em nos juntarmos no pó de que somos feitos.
Bom Natal, CC.
Sim, já criei um doce que se acrescenta à memória dos Natais...e a minha filha aprendeu a fazê-lo. Mas é o primeiro Natal sem a minha mãe e isso marca-o.
EliminarNão falta! em quanto for lembrada, enquanto os doces forem à moda da mãe.
ResponderEliminarDigo-lhe eu.
Beijinhos
Concordo! Que gosto tê-la por cá. Um beijinho
EliminarEstou a tentar regressar, embora as ninfas tenham ido para Bora Bora, a ver se encontro outras, nem que seja a leasing :)
EliminarBeijinhos