Parecemos às vezes caminhar por estradas tão distintas que tenho dificuldade em me lembrar do tanto que nos une.
Para mim o amor é uma palavra absoluta, redonda e transparente. É um vínculo, uma importância dada ao outro, um saber que ele nos faz falta. Quando é para ser, deve sê-lo, quando não é, não deve. Talvez o reduza a uma coisa demasiado simples, mas é dessa simplicidade que preciso, que se assemelhe mais a água do que a fogo, mais a terra do que a ar.
Gostaria de ir pouco a pouco reduzindo a minha vida às matérias essenciais, como quem se vai despindo para finalmente entrar nua na idade madura.
~CC~
Sobre o amor socorro-me de quem sabe: "Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure".
ResponderEliminarVinícius de Moraes
Há uma conversa famosa entre Vinícius e Tom Jobim. Jobim pergunta: «Quantas vezes você vai casar?», e ele respondeu: «As vezes que forem necessárias!».
Quando perguntaram à filha porque é que que ele casou tantas vezes (nove), ela respondeu:
- Porque precisava da chama da paixão, do começo de um amor. Isso alimentava-o de alguma forma.
PS: ...e já agora, um amor que se assemelhe mais a água ou a terra? E menos a fogo ou a ar?
Amor que se assemelhe a terra - lugar de segurança, onde as raízes se acolhem.
EliminarAmor que se assemelhe a água - mata-nos a sede, circula em nós, é parte de nós.
É isso.
Não um amor que arda, incendeie e queime (fogo), nem volátil, indefinido e inseguro (como o ar).
Admito que a paixão já não me apetece, embora lhe conheça o traço e a intensidade e saiba quanto é bom quando acontece. Mas é um "bom" que para mim ficou para trás, ainda que admita que outros o persigam e queiram sempre.
~CC~
Os amores não se desculpam, existem alheios ao querer e à circunstância; mas isso não os faz mais fáceis ou sequer torna possível a simplicidade que almeja.
ResponderEliminarEm suma a Bea acha que é o amor que toma contá de nós e não nós dele, será?
ResponderEliminar~CC~
toma conta de nós, não porque nos cuide, mas porque nos invade e passa a fazer parte. Mas, depois que acontece, somos nós a tomar conta dele:). Não porque devemos ou tenhamos obrigação, apenas porque amamos.Ele é cego e, ao invés do que diz a canção, não vê.
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