Todo o corpo me está a enviar sinais de paragem e eu forço-o, peço-lhe mais um bocadinho de força, de coragem, falo-lhe das maratonas e de que como os atletas procuram resistir até ao final da meta. Um ano anormalmente longo em que apenas Agosto se afigura como trégua.
O corpo fala-me, só me aponta a direcção do por do sol em pleno Verão, dizendo-me que é por ali que tenho que parar, sorver, apreciar, contemplar. Diz-me que cada dia não voltará mais, que a terra não voltará a passar no mesmo sítio, nunca mais será aquela data, aquela hora.
As coisas, todas as coisas de trabalho, por mais importantes que sejam, começam a fazer pouco sentido. É-me difícil estabelecer o diálogo com quem me pede mais e mais. Torno-me capaz de não atender telefonemas, é toda uma aprendizagem nova, deixá-lo tocar, enquanto vejo o nome da pessoa luminoso no écran a piscar e a piscar. Em alguns casos já nem sou capaz de ligar de volta. Pouco falta para que me autorize a esquecer-me de tudo.
~CC~
Se o corpo fala, o corpo tem razão. Será melhor ouvi-lo enquanto é tempo. Belas palavras, se não fosse preciso trabalhar para pagar contas e até as couves, não é?
ResponderEliminarSe Agosto é o mês, pois que chegue Agosto depressinha. :-)
Boa tarde
Ah, ah...couves não que não as posso comer, mas espinafres sim:)
Eliminar~CC~
E uns dias de férias numa praia fluvial, pouca gente, sombras frescas, por exemplo, não ajudava?
ResponderEliminar.
Bom fim-de-semana
Cumprimentos poéticos
Fluvial...sempre a seguir a mar!
Eliminar~CC~
Conheço quem está assim, tal qual, à beira de férias, mas exausta. Que diz, "em férias, vou sair de casa porque a casa exige e há sempre o telefone e do outro lado alguém a pedir alguma coisa que cada vez menos posso dar".
ResponderEliminarJulgo que a minha amiga tem razão. E que a CC vive situação semelhante.
Mas já falta pouco:). Ânimo. É só mais um bocadinho.
E não é de hoje, é de sempre, a Terra não volta a passar no mesmo lugar. Todo o tempo é irrepetível. A originalidade tem um lado trágico e a vida acaba sempre mal:). Mas talvez o términus não seja o mais importante. Podem ser horas ou dias, mas, em relação a todo o tempo que vivemos, é curta fracção. Portanto, mesmo o ocaso é vida. E estarmos vivos e com saúde, mesmo que relativa, é sempre um bem. Pense nisso.
Essa sensação de o tempo ser irrepetível sempre me angustiou, como se a consciência de cada hora não vivida ou desperdiçada com coisas inúteis fosse cada vez maior...
Eliminar~CC~
O corpo é comandado pela mente. Há que prestar atenção ao nosso 'eu' e perceber se estamos bem connosco. Enquanto não estivermos, tudo nos parece estranho e inatingível.
ResponderEliminarBom domingo, CC
Nem sempre estou...mas prossigo!
EliminarObrigada António!
~CC~
Venham as férias, CC. E, até lá, se o telefone abusa, corte-se-lhe o pio.
ResponderEliminarSó na pandemia o telefone me dizia: como estás? E não: já fizeste? Há que fazer...e por aí.
ResponderEliminar~CC~