Elas patinavam ao raiar da manhã de Domingo de Inverno no auditório ao ar livre e pareciam autênticos cisnes nadando no lago e até às máscaras lhes conferiam uma harmonia comum como se fossem parte da cenografia criada. Fiquei a ver emocionada e a adivinhar o que iria nos seus corações de quinze ou dezasseis anos.
Eles estavam deitados na relva na segunda feira de manhã, tão quietos que ao longe pareciam dormir e só quando me aproximei vi que se mexiam lentamente, lançando para o ar vagarosamente os braços, as pernas, as cabeça rodando para cá e para lá. Fiquei a pensar se me aceitariam naquele grupo que claramente se situava nos +65 e tinham uma professora da mesma idade, tentando inspirá-los a usufruir do sopro da manhã bela de Outono.
No campo de jogos, a senhora atirava a bola ao miúdo e ambos pareciam trôpegos na corrida para apanhá-la, ele por ter saído dos primeiros passos e ela cansada dos seus muitos passos, mas entendiam-se maravilhosamente em gargalhadas doces.
Nunca vi tanta gente nos jardins, nas veredas, nos caminhos, nos trilhos das bicicletas, parece que os Portugueses descobriram a rua, as esplanadas, os jardins. Espero que continuem a aproveitá-los mesmo depois de tudo isto passar, que não se esqueçam destes caminhos. Eu aproveito a hora a que saio como se já de uma vacina se tratasse, claro que esta é contra a tristeza.
~CC~
Também aproveito a minha hora de liberdade que pouco passa da meia hora. Mas vejo pouca gente, não passo por nenhum jardim e é verdade que já fazia este caminho antes do covid, só que não cruzava com os mesmos transeuntes, saía mais tarde de casa.
ResponderEliminarAinda bem que encontra actividade por onde passa, CC. Talvez as pessoas criem novos hábitos. Não acredito muito nisso.
Tenha esperança Bea...que nos tornemos um pouco pássaros.
Eliminar~CC~
DE repente parece ter-se voltado ao passado, não tão passado assim, e vive-se de novo mais devagar e, até arrisco, mais felizes.
ResponderEliminarBoa noite
São poucas as pessoas que arriscam dizer o que diz noname, a maioria só se lamenta, é bom ouvir outras vozes.
Eliminar~CC~
Que bom ~CC~ ter assistido a três momentos tão bonitos.
ResponderEliminarPenso que a felicidade também pode ser isso: ficar feliz com a felicidade dos outros e conseguir, de certo modo, afastar aquelas nuvens de tristeza que teimam em esconder o sol e a nossa alegria.
Xô com elas (nuvens negras)
Xô xô (como dizia a Meryl Streep no Out of Africa, lembra-se?).
Bons sonhos!
😴
Respiro-a...à felicidade dos outros, raramente tenho inveja.
Eliminar~CC~
Inveja é um termo muito forte, penso eu, tenho é pena de não poder sair daqui.
EliminarA aldeia está muito vazia, o café fechou e as crianças nao vêm para o parque, era uma alegria vê-las brincar...
Uma tristeza.
Ou há mais pessoas nos jardins e nas esplanadas ou somos nós que damos mais conta delas (nós próprias incluídas), pelo valor que agora atribuímos as esses rasgos de esquecimento e felicidade, a esses preciosos momentos de liberdade.
ResponderEliminar"Valor" e "dar valor" são agora coisas muito referidas, vamos ver se depois não esquecemos do que significa/significaram.
Eliminar~CC~
Já há alguns anos que abandonei o ginásio e passei a fazer corrida ao estilo urban street. Com os confinamentos recolhi-me em casa e agora faço o meu treino com a ajuda de dois pequenos halteres e sempre acompanhado de uma bebida refrescante. A minha filha diz que aquilo mais parece um gym tonic.
ResponderEliminarGostava de integrar um desses grupos de caminhada ou corrida mas não muito ortodoxo, desses que obrigam à compra de equipamento xpto e com os quais temos que fazer das tripas coração para aguentar o ritmo imposto... Esse ginásio caseiro parece aliciante com o baptismo que a sua filha lhe deu:)
ResponderEliminar~CC~