domingo, 26 de maio de 2024

Um dia faremos as pazes

 

Eu só queria acolher o vírus da alegria e estava quase a conseguir construir-lhe um lugar dentro do meu coração para ele morar. 

Mas o meu corpo é muito mais plural e decidiu tornar-se o espaço de outros vírus sem tanta nobreza e efeito positivo, sei que ele cede à exaustão de um ano de trabalho por esta altura, sempre por esta altura. Por todo o lado a sua baixa imunidade me mostra uma vulnerabilidade à qual não estou disposta a ceder, pequenas maleitas surgem por todo o lado, causando incómodo e dor.

Está tudo ao contrário. Aos 20 anos eu possuía uma melancolia muito distante da euforia dos da mesma idade e o corpo era uma circunstância ainda assim feliz e capaz de subir montanhas. Agora que eu deixei no sofá da auto-análise o que entupia a minha disposição para a felicidade, o corpo é amiúde um entrave para eu abrir os braços e voar.

Mas também e sei-o bem há corpos piores, mais incapazes, mais difíceis, mais doentes, vejo-os, lido com alguns assim. Ainda assim lido mal com os entraves do meu. 

Um dia faremos as pazes, espero.

~CC~





6 comentários:

  1. Muito interessante essa reflexão!
    Aproveito para desejar um bom domingo!

    Bjxxx
    Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada Teresa por esta primeira visita tão simpática.

      Eliminar
  2. O corpo é o lugar onde vivemos, compreendo a sua crónica.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Um lugar que nos condiciona a vida. Um abraço

      Eliminar
    2. Compreender o nosso corpo, as suas limitações e caprichos
      é já caminho andado para uma aceitação...e fumar o
      cachimbo da paz.
      Abraço

      Eliminar
    3. Pois...mas ainda não estou lá. Abraço

      Eliminar

Passagens