O carro parado ao lado do meu no sinal vermelho. Nem reparei, até que a janela desceu e ouvi os gritos delas: Professora! Professora. E acenavam e faziam uma grande festa, como se eu fosse uma amiga que há muito não viam. A minha colega ao meu lado estava espantada: aquelas alunas gostam muito de ti! Devolvi-lhes o cumprimento, um pouco mais comedida.
Quem diria que eram aquelas (algumas) das mesmas que no ano passado me fizeram duvidar muitas vezes das minhas capacidades, hesitar nas estratégias e, dramatizando um pouco, refletir sobre o sentido da (minha) vida profissional.
Penso se um dia aprenderei a sofrer apenas com as coisas realmente importantes, se ainda vou a tempo. Mas vejo-me amiúde como alguém que precisa de um sinal vermelho para acordar.
~CC~
Quando se dá inteira e completa no que faz, o reflexo nos outros só pode ser esse (mesmo que as dúvidas lhe pairem no espírito), porque como sabe os espelhos não mentem.
ResponderEliminarBom dia CC.
Como não mentem, às vezes passamos por eles de raspão:)
EliminarObrigada pelas suaspalavras.
E, num dia de chuva como este, é bom ser reconhecida tão efusivamente. Vá, diga lá que não...
ResponderEliminarLembro-me de uma turma complicada; uma vez fizeram-me uma homenagem e não houve quem mais aplaudisse do que as algumas dessa turma que estavam presentes:) Não me enganaram, se fora outro professor, fariam igual. Não era por gostarem de nós, mas porque adoravam festejar, gritar, assobiar e assim. Essa era a verdadeira festa delas. Como era, nas visitas de estudo, fumarem às escondidas do professor, cujo bem sabia que se escondiam para fumar. Amavam mais a infracção que o acto. Para quê desapontá-las?!
Ah, ah...não foi hoje, já foi há uns dias. Bem provável que a festa fosse o seu principal mote...
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