Ainda preciso do toque, do cheiro, do som da folha quando a deixo para trás e passo à seguinte. Li apenas dois livros estas férias, nas antípodas um do outro. Humanos exemplares é de uma jovem brasileira, praticamente desconhecida entre nós. Comoveu-me muito por falar de dois professores que faziam da escola casa e família, uma escola pequeno mundo de afectos que já não existe mais. E pelo modo como o seu amor resiste e se transforma atravessando toda a ditadura brasileira. Eram mesmo Humanos exemplares, só no fim o título me fez sentido. Quanto ao grande Clássico " O idiota" é tão actual como absolutamente distante e datado, consegue a proeza dessa intemporalidade ao mesmo tempo que nos traz uma Rússia para sempre perdida. Intemporais são os defeitos e as virtudes dos seres humanos, nunca verdadeiramente transformados para melhor.
Mas não ganhei uma rotina de leitura como gostaria, o que me faz duvidar do objectivo de ler um livro por mês. E em casa é onde menos leio, prefiro o café, o jardim, a praia, lugares que o Outono ameaça e o Inverno ainda mais.
Ainda assim, sei que estou bem com os dedos no papel, ainda viajo.
~CC~