domingo, 10 de abril de 2016

Mais dúvidas



Tento vender criatividade. Vender é um termo estranho para associar a criatividade. Mas é às vezes como me sinto. Talvez seja porque ando pelo país como os vendedores, porque as salas estão cheias, porque alguém convenceu aquelas pessoas de que era importante estar ali. Na maior parte dos casos estão semi-obrigados. Se há alguma coisa a imitar, são apenas os princípios. Como se pode criar justiça, solidariedade, cooperação, como se pode trabalhar em prol do desenvolvimento humano de cada um? A educação emociona-me ainda hoje, às vezes fico com lágrimas nos olhos a falar de crianças, a contar histórias. Ainda hoje me emociono com o Diário de Sebastião da Gama, por exemplo.

Nesses lugares, que não me apetece designar porque não é isso que é importante, há também quem venda produtos já feitos, prontos a usar. Creio que têm mais êxito que eu, a lógica do mundo está toda feita para a aquisição de soluções. Sinto-me muitas vezes confusa porque a entidade que nos contrata é a mesma, quer dizer que a distinção entre quem promove soluções e quem promove inovação não é simples, não é linear.

Tento avaliar quem está comigo, quem me compreendeu. Menos de 50%? È muito difícil. Às vezes alguém vem falar comigo no fim, quase sempre alguém vem. É isso que faz a diferença e conforta, desta vez um senhor e uma senhora disseram-me coisas tão interessantes que me apeteceu trocar de lugar com eles, dar-lhes a voz. Escrevam-me, digo-lhes, porque essa atenção é destinada a aos que procuram estabelecer relação, não a um grupo indistinto, cujos nomes sei que não vou reconhecer (por isso não costumo deixar o meu mail nos congressos, etc).

Tento também pensar se eu própria aprendi alguma coisa. Também não me é sempre fácil saber. 

Enfim, à medida que amadureço tenho mais dúvidas. Contudo, elas não me imobilizam, vou incorporando.

~CC~





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