Tenho corrido de um lado para o outro, procurando passar entre a chuva. Na intensidade de um ritmo vertiginoso tenho olhado para ela com a ambiguidade de sentimentos do costume- por um lado nunca o Alentejo esteve tão verde e bonito, por outro manobrar guarda chuvas com esta intensidade e este vento é coisa de artista. Ontem apanhou-me em cheio o vento e destruiu em 2 minutos o que não sei quanto tempo algures na china se levou a construir. Só insisto em comprar guarda chuvas de cinco euros porque os perco amiúde, mas fiquei a pensar nessa opção de vida e onde se compram dos bons. Foi assim que me vi a moderar uma mesa redonda com as calças encharcadas e os pés desconfortavelmente frios. Depois o orador começou a falar da maravilha que era descer os rios pouco a pouco, metade do tempo sempre dentro de água e apanhando de quando em quando uma cascata. De como o mundo todo lá fora, embora a actividade fosse no exterior, se tornava comezinho e insignificante perante o fruir do belo na natureza. E como era um estudo, fartou-se de referir as motivações das pessoas, uma das mais importantes o sentimento de afiliação, ou seja de pertença a um grupo. Um grupo de meios loucos portanto, mas ao qual me deu uma vontade de aderir...
(Dois dias antes, noutro congresso, a propósito de um documentário sobre as levadas na Madeira, também me apeteceu ter a profissão da mulher que o tinha realizado. Ou seja, teria que ter várias vidas. Como só tenho esta, bebo-lhes as palavras e fecho os olhos.)
~CC~
~CC~
Há gente que sabe tão bem contar a vida que se fica com vontade de viver uma igual. :)
ResponderEliminarfoi bem ler estas, também.
ResponderEliminarMeninas, é coisa de actores, acho...eles é que vivem bocados de várias vidas, será assim Laura?
ResponderEliminar~CC~