segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

A pergunta da tarde



Deus deve encontrar-me ou eu é que devo ir à procura dele?



Dois homens entre os 60 e os 70 discutiram animadamente esta questão durante duas horas. É o que dá estar impossibilitada de estar em casa e frequentar cafés de intelectuais. No dia anterior, num outro contexto, uma família discutiu durante o mesmo tempo a posse de bens, o modo como uns e outros usavam o dinheiro, com críticas constantes à mulher de alguém, provavelmente a intrusa no suposto sangue que os une. Valha-me Deus, onde quer que esteja e seja quem for.

~CC~

19 comentários:

  1. Possivelmente a resposta está também na pergunta se devo ser eu a procurar o amor ou esperar que ele me encontre.
    E de repente lembrou-me uma anedota. Fulano queixava-se de nunca lhe sair a sorte grande e de tanto se queixar um dia apareceu-lhe a Nossa Senhora que lhe disse: Quero-te ajudar, mas ao menos compra a lotaria.

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    1. Joaquim, parece que há umas aplicações especializadas na coisa, não que eu me entregasse algum dias nas mãos desses algoritmos...mas conheço quem o tenha feito. E olhe que o amor às vezes mora ao lado, veja bem:)
      De resto deve ser um misto entre procurar/encontrar que a virtude dizem que fica no meio, certo?
      ~CC~

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  2. E a CC quer a nossa resposta à questão ou apenas esbanjamos palavras como a dita mulher de alguém que, claro, como não tem o sangue azul e comdido da família, é esbanjadora.

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  3. Eu não me importo de ter perguntas sem resposta, são as que mais ocupam o meu tempo:)
    Já quanto às famílias, que coisa complicada essa....sobretudo quando há heranças e dinheiro envolvido, aí está um motivo pelo qual nunca mais me casarei. Aliás sou contra as heranças "naturais", devia caber a cada um poder decidir o que fazer ao seu dinheiro e bens.
    ~CC~

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    1. Pois eu acho muito bem que haja heranças naturais. As pessoas são muito injustas umas para com as outras. E concordo que os filhos não possam ser deserdados, por exemplo. As pessoas que queiram beneficiar alguém, podem. Ainda que não possam doar tudo, podem fazer testamento a favor deste ou daquele indivíduo que pretendem beneficiar e a quem por lei ou direito natural nada cabia.
      E a CC pode casar-se com separação de bens incluindo os adquiridos, por exemplo. Mas suponho que ninguém deixa de casar por motivos tão fúteis como esse. O que a CC pode é ser contra o casamento como instituição. Há muita forma de viver: junto, meio junto meio separado, com partilha de bens e sem ela, só namorar, juntar-se esporadicamente. Sei lá. Cada maluco com sua mania. Sabe o que penso? Que ainda bem que já não tenho de pensar nessas coisas. Acho esses acordos todos uma parvidade, nunca os pensei assim, sofri um bocado por isso mesmo, mas não estou nem um pouco arrependida de não os ter pensado. As coisas que acontecem não acontecem por haver ou não haver acordos, acontecem porque as pessoas são gananciosas e querem o poder económico (quiçá por lhes faltar outro) e a supremacia. Podem até consegui-lo, mas perdem o resto. São as contrapartidas da vida. Os nossos braços são limitados, não conseguem abraçar tudo.
      Um dia bom para si, CC.

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    2. 1. Só se pode deserdar parcialmente os filhos, como sabe...e alguns não merecem que os pais lhes deixem o que quer que seja. Além disso, muitas vezes a riqueza dos pais actua como um desinvestimento para que construam a sua própria vida.
      2. Casamento com separação de bens existe, mas ainda assim, o parceiro poderá ficar sempre com alguma coisa, as pensões, por exemplo, caso não saiba por morte do conjugue têm direito a elas.
      3. As relações devem ser livres de papéis e outros compromissos, a sua base deve ser só essa: os abraços.
      ~CC~

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  4. Vamos lá ver, quando se gosta e nada ou pouco se tem, tudo se partilha e é nosso. E continuo a achar bem que pais não possam deserdar filhos, que o conjugue herde a pensão e até que adquira direitos de casamento. Também penso que o casamento, com todos os seus erros e vicissitudes, é uma base social instituída que assegura estabilidade aos elementos da família que assim se constitui. Até ver, é a mais usada e a melhor. Mas, como disse atrás, cada um escolhe aquilo a que se consegue adaptar ou que melhor lhe serve quando encontre par em idêntica disposição.

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  5. nós devemos encontrar deus em nós, acho eu :)

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    1. Belíssima resposta Ana. E quando não encontramos, nada a fazer, certo?
      Abracinho
      ~CC~

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    2. Belíssima resposta à resposta da Ana (que era o que estive mesmo para responder, mas achei tão curto que desisti).

      Bom dia para as duas :))
      ⚘⚘

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    3. Maria, eu acho que quando se encontra dentro de nós deve ser um sentimento bonito. E a Ana é feita dessa beleza:)
      ~CC~

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  6. "Se és diferente de mim, isso aumenta-te, não te diminui", ou noutra versão do português, "Na minha civilização, aquele que é diferente de mim não me empobrece; me enriquece”. Antoine de Saint-Exupéry
    Bom dia Bea.
    ~CC~

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  7. Excelentes tema e conversa que derivou do inicial proposto; as conversas são como as cerejas...
    Permitam que participe.

    1. "Só se pode deserdar parcialmente os filhos e alguns não merecem que os pais lhes deixem o que quer que seja". O legislador quando cria a lei pensa em geral e abstrato, e não no caso concreto e particular. É verdade o que diz, poderá ser injusto, mas veja agora a contrario sensu, o exemplo de pai ou mãe, que enviuva ou divorcia e instrumentalizado(a) pela nova companhia decide deserdar filhos. O legislador, pesando os dois pratos da balança, preferiu proteger estes filhos contra a arbitrariedade dos pais, dando-lhes parte da herança, desde que não sejam considerados indignos pela pratica de actos dolosos contra o autor da herança (por exemplo por tentativa de parricídio), caso em que serão excluídos do direito.
    Na minha opinião a lei está bem feita, para o actual momento civilizacional da nossa sociedade.

    2. "Muitas vezes a riqueza dos pais actua como um desinvestimento para que os filhos construam a sua própria vida". Nem todos os filhos bem sucedidos, nascem de sapateiros, empregado de bomba de gasolina, caseiro, etc. Também há grandes homens e mulheres que souberam dar continuidade ao património recebido por herança e não me refiro só à parte financeira mas acima de tudo cultural e social. Educar mal os filhos com facilitismos e excesso de proteção não é apanágio só das famílias ricas.

    3. "Casamento com separação de bens existe, mas ainda assim, o parceiro poderá ficar sempre com alguma coisa, as pensões, por exemplo". Não creio que o defunto se importe que o parceiro sobrevivo fique com parte da sua pensão, possivelmente foi com esse intuito (também) que se casaram. Geralmente esse animus provém de filhos de anteriores casamentos ou de ex-cônjuges. Contudo esses mesmos ex-cônjuges se voltarem a casar, acharão a lei justa.

    Os pontos de vista de cada um sobre o casamento e afins, tem muito a ver com as próprias circunstâncias dos mesmos. Há contudo uma nuance na lei que devemos ter presente nesta matéria: para haver um casamento são necessárias duas vontades, para um divórcio basta uma.
    Bom dia às duas.

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    1. Caro Joaquim, para mim as relações afectivas são para distinguir totalmente de questões de bens, património e dinheiro. Sou basicamente e totalmente contra heranças, também as dívidas se podem herdar...Quanto ao vínculo -papel/contrato, vulgo casamento, também me parece uma insituição em falência e há muito. Acho que já se tinha percebido o quanto sou desalinhada, certo? A Bea e o Joaquim partilham a mesma opinião e o mundo é rico assim, cheio de pessoas diferentes. Claro que também faz parte argumentar e nos tentarmos convencer uns aos outros, mas a mim nenhum dos que usaram me convenceu.

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    2. Não uso argumentos para persuadir ou vencer alguém; uso-os para que o outro saiba que penso diferente e existem outros pontos de vista que também são razoáveis.

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  8. Percebeu mal CC se extraiu da conversa o objetivo de a convencer. Já tem idade e com certeza maturidade suficientes para ter ideias próprias :)
    Apresentei as minhas sobre a matéria com argumentos, para mim validos, se para si nem tanto, tudo bem na mesma. Ficámos a conhecer-nos melhor.
    Quanto à ideia do desalinhado fez-me lembrar Agostinho da Silva que não tinha bilhete de identidade, ou seria de contribuinte?
    Quem é que não acha piada? É diferente.

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  9. A CC diz que é contra heranças, mas porquê, porque sim somente?
    E quando uma pessoa falece o que se faz aos bens? Ficam sem dono?

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    1. Cada um deve deixar os seus bens a quem quiser, sem que o Estado se intrometa ou regule isso. Se for aos filhos, é, mas sem a obrigatoriedade de o ser.
      "Geralmente esse animus provém de filhos de anteriores casamentos ou de ex-cônjuges. Contudo esses mesmos ex-cônjuges se voltarem a casar, acharão a lei justa." - que confusão que isto é? É justamente isto que se deveria evitar.
      Agostinho da Silva, quem me dera...
      ~CC~

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