quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Das vidas outras (II)

 

Um domingo. A estação de comboios da cidade está quase parada, talvez por isso reparo neles.

Quinze anos talvez.

Saem de mãos dadas, dois adolescentes comuns, modestamente vestidos, nada que os distinga. Mas na saída ele pede-lhe que rode sobre si própria, numa pirueta de bailarina, ela nem saia tem, mas as calças de ganga parecem voar, assim como os cabelos. E ele apanha-a depois da pirueta e agarra-a num abraço e depois num beijo inclinado, à filme.

Que belos quinze anos.

~CC~


6 comentários:

  1. Que quadro bonito nos pintou, CC. A adolescência tem apartes encantadores.

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  2. Há momentos assim. Felizmente. E ilustram os nossos dias, bem mais do que uma fotografia.
    Um bom dia com bons momentos!

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    1. Sim, às vezes guardo-os dentro de mim e só depois os pinto.
      ~CC~

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  3. A idade da (quase) inocência. Também beijou aos quinze? Eu fui mais tardio, só aos dezassete (infelizmente).

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    1. Acho que foi logo aos catorze, mas não gostei, só depois soube a razão: não havia amor.
      ~CC~

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