domingo, 5 de junho de 2022

Para onde caminhamos?

 

Os miúdos (9-13 anos ) passaram a noite na biblioteca, uma iniciativa que acompanhei através de um estágio. Das histórias que construíram tudo era um pouco sem nexo e continha muita violência. Questionei a responsável sobre os miúdos, o que lhe enchia as cabeças. E ela respondeu-me que no dia anterior tinha aflorado a questão das  futuras escolhas profissionais. Apenas um tinha dito que queria ser bailarino. Os outros tinham todos escolhido ser youtubers, Tik Toks (isto diz-se?) ou influencers. Significa isto que não saberão fazer nada ou quase nada, viverão num mundo virtual, agarrados a um avatar que fará uma representação qualquer de si próprios. 

Ontem uma estudante de pós graduação disse-me que um aluno seu lhe tinha dito que queria ser tudo menos aquilo que o pai era. Pensei que o pai fosse ladrão, traficante de droga, pedinte ou qualquer outra coisa inaceitável para a sociedade. Mas não, o pai era simplesmente pedreiro. Como é que esta profissão passou a ser indesejável e quase vergonhosa? 

No futuro ninguém saberá fazer nada, muito menos qualquer coisa que use as mãos. Não estou certa que isso não venha realmente a fazer falta. 

As cabeças dos miúdos estão cheias de lixo virtual e a terra cheia de lixo real. Não faz parte do meu ADN ser uma pessoa negativa, mas digo-vos que há manhãs em que já não acordo com aquele vivo e grande gosto por viver. Depois corto o meu pessimismo com a diferença que alguns jovens representam face ao estado geral, grande tarefa têm pela frente, há que dar-lhes coragem.

~CC~




5 comentários:

  1. Pois olhe, CC, que eu hoje já estive a pensar nisso. Nas profissões que estão a terminar por falta de profissionais e nem sei como vamos fazer quando os necessitarmos. E no mau estado em que a educação se encontra.
    Talvez esteja velha em demasia porque já me parece o problema da poluição ambiental coisa quase insolúvel.

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    1. Bea, eu tento parar de comprar...mas às vezes não é fácil...o consumismo é como o bicho que se infiltra na maçã

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    2. Bea, eu tento parar de comprar...mas às vezes não é fácil...o consumismo é como o bicho que se infiltra na maçã

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  2. Quero continuar a acreditar num bom leque de jovens, felizmente conheço alguns, que me dão ânimo para fugir a esses estados matinais de pura angustia.
    Um perigo as cabeças não pensantes,
    digam disparates, mas argumentem
    defendam o que não concordo, mas argumentem
    digam porquê, tenham sonhos,
    revoltem-se com injustiças, não se calem
    vivam, vivam

    Acredito também que serão estes jovens a definir o futuro deste nosso pais
    Se eu fosse religioso, rezaria, para tal, todos os dias

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    1. Há minorias muito poderosas...oxalá seja esse o caso:)

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