Agarrada à pequena luz que sobra ela sorri ainda, tem agora um sorriso doce e meio triste, mas ainda assim é ela, uma identidade que não se perdeu na doença grave e que luta e sobrevive. Retirou as velas do bolo e sem contemplações nem saudosismo disse que as podia mandar para o lixo. Para o ano não sabemos, na verdade não sabemos de ninguém, mas ali há a sombra sempre a pairar.
E se eu agora me levantasse e andasse? Disse-o com ironia, não com a esperança do milagre. Mas por um segundo eu achei que ia acontecer.
~CC~
…E se eu agora me levantasse e andasse?
ResponderEliminarEspero sempre por esse momento, sem me preocupar se é um milagre ou não, mas sim porque era o mais justo
Sim, seria justo.
Eliminar"Levanta-te e anda - disse Cristo ao paralítico - a tua fé te salvou". Mas a nós, que somos apenas humanos e não temos um Cristo à mão, as palavras e até mesmo o querer não bastam. Seria necessário Crer?! Nunca o saberemos. Porém, de uma coisa estamos certos, o paralítico cria por ter exemplos vivos dos milagres. Mas a nós, que não temos um Cristo milagreiro a passear-se no meio dos homens, como é que conseguimos Crer, acreditar a pés juntos?! Jesus podia até nem ser Deus. Mas, mesmo sendo humano, era cabeça bem pensante; não foi Ele que disse, "felizes os que Crêem sem ver"? É bem capaz de ser verdade. Mas tão impossível. Nem que seja num pequeno átomo escondido, a desconfiança habita-nos e castiga-nos à humanidade de sermos pó e ao pó voltarmos. Nos entretantos, vivemos quase sem pensar nisso. Como se fôramos eternos.
ResponderEliminarÉ triste chegarmos à tal provecta idade em que o corpo desiste por todo o lado, mas a vontade de viver nos agarra ainda. Mas há muito quem considere isso milagroso.
Às vezes nem é a idade (é o caso), é mesmo a doença que quando chega mais cedo é ainda mais dolorosa do que quando chega na velhice.
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