No último andar a chuva e a trovoada têm apenas um tecto a separar-nos do céu. Enquanto invocamos a sua resistência, o trovão estremece cada janela e o relâmpago acede a luz não pedida. A chuva parece agora mais forte do que foi noutros Outonos, tal como o calor foi mais intenso este Verão.
Enquanto oiço as percepções vindas do meu coração, a minha cabeça pede os dados da Ciência. Ambos talvez possam provar que a terra está a ceder, está cansada da humanidade. Cansada como eu vim da reunião de ontem em que os seres humanos ali presentes também me pareceram à beira do abismo, capazes de dizer coisas sobre crianças e jovens como há muito eu não ouvia. Por este andar quererão um policia em cada sala de aula. Esta trovoada, vinda das pessoas, também agora espalhada em cartazes xenófobos, abala-me ainda mais do que a da madrugada.
~CC~
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