A lua assim redonda e cheia nesta noite fora de casa. Desta vez consegui uma janela para ver o rio Mondego correr neste brilho nocturno e assim fazer-me soterrar os medos e o sufoco. Sou uma contradição viva: adoro viajar e acordar fora de casa mas não durmo quase nada fora da minha cama e sem a minha almofada. Um ou dois dias estive no limite: saí para os corredores do hotel andando de um lado para o outro sem parar num deambular fantasmagórico. E num outro pensei sair pela janela, voar, libertar-me das grilhetas. Logo eu que adoro viver. Pílulas de dormir estão fora de questão.
Aprendi duas coisas, uma delas muito dolorosa: não consigo nem posso dormir com alguém no mesmo quarto se não tiver uma relação de proximidade, não pode ser simplesmente colega. Aprendi-o da pior maneira: passando quase uma noite inteira em pé junto à janela enquanto a colega apanhada de surpresa me queria levar ao hospital, achando que eu tinha falta de ar. Sim, tinha, mas era meramente um sintoma psicológico. Poderia talvez tratar-me, mas prefiro auto-tratar-me. É uma espécie de faça você próprio, acreditando que temos que aprender a viver e dominar a loucura que nos habita.
Há vozes do outro lado da linha que me acalmam. E a tua é digna da rádio, deve ser por isso.
~CC~
A lua está magnífica. Há minutos, não pude deixar de a fotografar mais uma vez.
ResponderEliminarQuanto ao dormir, eu sei o que isso é. Há muito tempo que não sei o que é dormir noites inteiras e, quando tenho de partilhar quarto, durmo menos ainda. Se puder aproximar-me da janela sem acordar a pessoa que estiver comigo, menos mal, se me vir impedida de "circular", entro numa espécie de pânico. Mau mesmo!
Aproveite-se a lua. Abraço. :)
Quem diria...nunca ninguém me tinha dito tão bem que sabia o que eu sentia.
ResponderEliminarObrigado.
~CC~