quarta-feira, 8 de julho de 2015

A alegria, a dúvida.


A indignação cresce e às vezes vence. Disse-o no post anterior nessa bela frase de que não sei a origem e aceito esclarecimentos dos leitores (O povo unido jamais será vencido!). 

Mas não sabemos a receita certa para unir um povo, já vimos como é que a revolta se pode encostar quase ao fascismo e vemos com o povo grego como ela é capaz de desafiar o capitalismo. Contudo, como se é não capitalista num mundo que o é? Como é que um país pode trilhar um caminho alternativo sufocado por um conjunto de países que alinham todos no mesmo sentido? Ou há mais vozes que se levantam ou a história fará deles uma mera ovelha negra. É preciso trabalhar muito para mostrar que há espaço entre a economia de mercado e a economia de estado, sendo que nenhuma destas coisas é já sequer real. Precisamos de futuro, de saber que há outros caminhos e é disso que se fala pouco, muito pouco. São gastas centenas de horas a falar do mesmo, sem questionar porque é que os países se endividam e se há outra maneira de viver sem esse tipo de financiamento. O cidadão comum não percebe nada ou muito pouco. Em tempos, antes de se deixar cegar pelo ódio ao Socrátes e fazer disso uma missão, vi o Louçã lutar contra a nossa iliteracia económica com uma clareza que mais ninguém tem tido. Sobra-nos a Raquel Varela, mas às vezes enreda-se na emoção e escorrega. Se alguém que milita nos movimentos políticos quisesse fazer alguma coisa de jeito era nesta área que devia dar os passos decisivos. Explicar ao cidadão comum se é possível viver num mundo não capitalista e como. E com o devido respeito, não estou a falar da permacultura ou de um qualquer modelo alternativo que vive paredes meias com este mas de um outro modelo global, um outro modo se se ser país.

~CC~

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