terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Do quarto com vista (II)



Em Sines, naquele lanço que desce até ao mar e em que o olhar se estende num horizonte maior, senti a sombra do poeta Al Berto. Uma sombra que me acompanhou todo o fim de semana, dentro do centro cultural onde o soube várias vezes, nas conversas com amigos que com ele privaram, no passeio pela orla da praia cheia de lixo trazido pelo mar, uma praia deserta de Inverno. Imaginei os dias e as noites, a alegria e a tristeza, a dor e o amor, uma voz intensa num tempo intenso. A Sines antes das músicas do mundo, do centro das artes, do restaurante em que a estação de comboio se transformou. E os tempos passados andaram enrolados comigo naquele presente, como se a vida de alguém que não conheci, de uma cidade em que não vivi, pudessem afinal falar comigo e eu pudesse entendê-las.

~CC~


3 comentários:

  1. A magia de Sines andou a fazer das suas!

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  2. Ana, tem a sua magia a cidade(zinha).
    Luísa, não intencional, à partida. Até fui por causa de uma exposição de Artes Plásticas, mas foi inevitável a lembrança.
    ~CC~

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