quarta-feira, 21 de março de 2018

De manhã bem cedo apetecia-me



De manhã bem cedo apeteceu-me escrever-te um poema. Da forma como me disseste que não te apaixonavas, que não sabias já o que era isso. Eu não me importei muito, vinha de uma paixão estúpida, daquelas que se incendeiam mais rápido que um fósforo e depois pouco sobra, um quase nada. Eu disse que me apaixonava mas que não me apetecia apaixonar-me. Ficámos juntos não apaixonados. Ou talvez sim. A dizer amo-te de quando em quando. A passarmos por várias primaveras, vários dias da poesia, a dizermos poesia uma e outra vez.  A amarmos a poesia. A amarmos dias de Primavera. A amarmos o que encontrámos de poesia um no outro, a amarmos o que encontrámos de Primavera um no outro. De manhã bem cedo apeteceu-me escrever-te um poema. E  como não podia, não sabia fazê-lo, liguei-te e foi a tua voz o meu poema. 

~CC~

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