terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Igrejinha

 

Vejo e revejo as fotografias dos dois beijos. 

O cenário, aquela aldeia alentejana, é exactamente o mesmo. O mês e o dia são exactamente estes, separados por quatro anos de distância, a primeira foto é de 1 de dezembro de 2014, a segunda é de 1 de Dezembro de 2018. Ele está mais forte, ela mais magra, ele tem o cabelo mais comprido, ela mais curto. Inevitavelmente têm mais rugas, mais do que isso, têm mais dores por dentro, feridas que demoraram a cicatrizar a um e ao outro. Ajudaram-se, sobreviveram. Mas tudo deixou marca.

Não sei o que aconteceu em 2019, provavelmente não houve beijo ou se houve, o fotógrafo não compareceu. Em 2020 há só este enorme vazio, nenhuma canção nem beijo que aconteça na paisagem azul e branca. Precisamos de alguns lugares para nos sentirmos felizes. 

~CC~


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