Ela vê com os seus olhos de visão reduzida a guerra que chega a durar quase o tempo integral de um noticiário e abana a cabeça com a desilusão de quem já muito viu. Mas depois chora porque não consegue andar ligeira como gostaria e arrasta os pés e se desequilibra no vazio da sua idade. É assim a dor de cada um, algo que, contudo, comparamos, mostrando quão pequena é quando comparada com outra. E há nessa comparação toda a justiça e injustiça. Justiça porque a consciência de que não estamos sós no mundo é importante, fundamental para relativizar o umbigo com o qual vivemos. Injustiça porque a dor de cada um é parte da sua intimidade e não pode ser julgada.
Por isso mesmo digo também a mim própria, não é fácil estar aqui e viver a sua fragilidade progressiva mas é muito mais difícil estar noutros lugares, aqueles em que se deixa para trás tudo aquilo a que se chamava casa.
~CC~
É certo, cada um tem as suas penas que merecem todo o nosso respeito, mas a guerra é o maior flagelo que existe.
ResponderEliminarAcho que sim...e a doença...coisas que escapam completamente ao controlo dos próprios.
Eliminar~CC~