Comprei-as muito baratas no supermercado, como se conseguisse trazer a Primavera ansiada para dentro de casa.
Bárbara perdeu todas as flores numa semana e ficou nua perante o meu olhar que vigia cada hipótese de botão. Zélia aguentou melhor a mudança e deixou-me assistir ao modo como um botão se vai lentamente abrindo para deixar emergir as pétalas rosa e os filamentos amarelos, que suprema beleza. Nos raros momentos em que em vez de estar sozinha me sinto só, falo com elas. E não, elas não me respondem, como tal sei que ainda não enlouqueci, mas não posso prometer-vos nada. Na verdade gostava de saber se gostam dos nomes que lhes coloquei, mas a mim também não me perguntaram nada e causaram-me este conflito entre um primeiro nome próprio detestado e um segundo nome próprio amado.
É a primeira vez que cuido de orquídeas, dizem que são de feitio difícil.
~CC~
Acho-as fáceis. Mas caprichosas. Não necessitam muita água e alimentam-se de pouco, mudá-las de vaso pode ser causa de morte, apegam-se aos lugares e gostam do sol da tardinha e de claridade contínua. Isto no caso das orquídeas caseiras que julgo seja o seu caso; as de rua são menos esquisitas e os cachos floridos duram-lhes eternidades. Há anos ofereci um exemplar branco a uma amiga e floresce o ano inteiro (gosta do local e das pessoas). As minhas são, por regra, menos amáveis e julgo que este ano, pela primeira vez, mantenho duas de ano passado. Não amam os invernos em minha casa:). Continuam abotoadas e os botões ansiosos espreitam a janela e alindam a olhos vistos. Uma delas floriu extemporânea e inda se resolve com duas flores. São muito agradáveis à vista.
ResponderEliminarBons conselhos Bea, obrigada!
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