Café junto à praia, portanto caro. Mas a praia está cheia de crianças e reformados, ou seja, pessoas pequeninas e grandes que não abundam em dinheiro.
O senhor está à minha frente e pede uma imperial, a jovem da caixa indica o preço: 3,5 euros. O senhor responde: só tenho 2 euros. Ele recua e diz que não tem, sai num ápice, meio envergonhado. Fico triste. A hesitação bloqueou-me, queria pagar o resto, mas como iria entender ele o gesto? Iria aceitar? Devia pagar álcool e não comida? Devia ter sido mais rápida e feito alguém um pouco mais feliz.
~CC~
Nota política de rodapé: Ganância, febre desmesurada de lucro de algumas empresas e estabelecimentos comerciais, a isto não se pode chamar inflação.
Pois não, chama-se mesmo é chulice; chulam os pobres de cada dia. Por ganância e falta de vergonha na cara.
ResponderEliminarNão tinha pensado nisso, as manhãs de praia são das crianças e dos reformados:). Bem apontado, sim senhor.
Tive um colega que dizia que por uma questão de princípio, não dava esmolas. Não sei se estendia o mesmo princípio às gorgetas.
ResponderEliminarEu, que sou menos inflexível, vario conforme o momento: se me apetece dou, ou se sou mais tocado pela miséria alheia ou compaixão momentânea, caso não, não dou.
Quando frequentava a Baixa lisboeta, conheci vários homens e mulheres, autênticos profissionais da pedinchice.
Cheguei a assistir a uma dessas a convencer uma senhora incauta a dirigir-se a uma caixa multibanco para lhe dar uma nota, porque os trocos que tinha no porta-moedas não lhe chegava.