Desta vez foi diferente. Não lhe ouvi a voz nem os parabéns que nos últimos anos fazia questão de entoar ao telefone. Logo ela que nunca falhou datas de aniversário. Se estivesse ausente, já em lugar incerto, se calhar não me custaria tanto, mas sabê-la ali presa à cama sem poder cumprir estes rituais que a agarraram tanto à vida. Se nas nossas mãos estivesse a decisão da nossa morte, não sei se ela a tomaria, ainda assim sei que não queria viver até este limite de impossibilidade e dependência.
Fica aqui entre nós só essa nota triste para o resto poder ser alegria, a minha de estar aqui.
~CC~
Parabéns CC, as melhoras da senhora de 95 anos e tudo a correr pelo melhor para a de 58 neste mês de Setembro, calmo e manso, do retorno, que tanto gosto. Uma viagem à Grécia com passeio às Cíclades parece-me bem um desejo de Ano Novo que chegou mais cedo e com mais um certinho na sua lista. É bom ir devagar nessa lista, ou, ir acrescentando-a à socapa. Mais uma vez desejo a melhor saúde possivel a ambas.
ResponderEliminarObrigada Joaquim, realmente quase tudo já foi realizado mas havia desejos que eram para a vida inteira, permanentemente para alcançar, esses foram e são aqueles que justamente menos consegui. Mas já tenho dois outros muito fortes, mas preciso de um prazo um pouco maior, acho que um ano será pouco tempo para os conseguir.
EliminarParabéns, CC; parece que a prenda de aniversário chegou mais cedo, a Grécia tem esse ar de surpresa finamente embrulhada. As nossas raízes partem quando partem; partem mesmo sem partir. E vamo-nos habituando.
ResponderEliminarUma prenda que dei a mim própria, sem dúvida:) A nossa dor é comum, ver os velhice a retirar toda a dignidade da pessoa humana custa muito.
EliminarNão era bem "a velhice" que queria dizer, mas mais como o nosso sistema social, de saúde, etc responde às necessidades dos velhos.
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