Nunca nos podemos livrar da nossa pele, das suas marcas, dos seus registos. O passado corre atrás de nós a querer apanhar-nos o futuro, mas domino a fórmula certa para que não me tolha e me roube alegria. É verdade que às vezes me apetece nunca mais voltar aqui.
Os primeiros dias de chuva nesta terra de sol levam-me a luz do fazedor de gelados e trazem o sabor amargo-doce dos primeiros cappuccinos. Tenho a certeza que já nada me faz sofrer neste território que um dia se encheu de abraços colados. Já não é mau não entristecer. Mas tenho também a certeza de que já nada nesta cidade me trará alegria. Duas luzes antes brilhavam, daquelas que são pilares para o nosso amor próprio.
De uma e de outra luz nada quase nada veio até ao presente. Mas isto é só uma forma de olhar, pois decerto infiltrou-se em mim algo de sabedoria inerente a essas vivências, algo que se entranhou e já não sou capaz de descobrir, carne que se fez outra carne. Sobre o cheiro das goiabas, nem lhe posso chamar saudade, apenas nostalgia.
~CC~
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