O vento trouxe o pólen primaveril que se infiltrou na minha exaustão.
O corpo obrigado pelo dever a levantar-se diariamente parece que irá ali desfazer-se num canto do caminho. Vi o meu rosto no espelho e não o reconheci de tão gasto e cansado.
Sobrou da alegria apenas o casaco de muitas cores e a echarpe rosa e essa pequena chama lenta que nunca me abandona e é por certo o que me ficou do genes maternos e da infância inocente.
Não foi ainda Maio, aquele que me traz os primeiros passeios de pés nus na orla do mar.
~CC~
Em cada ano, Maio dá conta de mim. Custam-me fisicamente as primaveras, sei lá porquê. É como se fosse eu a fazer o esforço de dar flor e aguentar ninhos. É muita flor, muito ninho, muita folha verde a robustecer. Creio firmemente que a primavera me suga a energia.
ResponderEliminarPois nem sei mesmo quando será que consegue "os primeiros passeios de pés nus na orla do mar". Tampouco eu sei qual o dia em que o contemplo de alto a pensar no momento do suave abraço da água e eu levezinha como pena. Feliz.
Sonhar com o que nos faz feliz já é um bocadinho pequenino de felicidade, pois não é, CC?
Um abraço e que o fim de semana dê folga à exaustão. E não se preocupe, não é única, tem manhãs em que aquelazinha que o espelho mostra é uma ruína. Ruína ou não, noites boas ou más, se, na rua, eu me cruzasse comigo, não me reconhecia. Mas gosto de pensar que a noite é o meu espaço privado.
Pois é Bea, como é que a época mais bonita do ano pode também ser fisicamente tão difícil é coisa que questiono, mas a sua descrição ajudou a compreender...talvez seja o esforço de florir:)
EliminarMaio pode ser noutro mês qualquer... assim queiramos.
ResponderEliminarUm abraço.
Eu querer quero muito:)
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