Para alguns autores, os festivais literários são uma coisa de arrepiar, uma nova moda que veio perturbar ainda mais aquela paz que praticamente alguns só quebravam na feira do livro. Respeito-os e compreendo-os, algum recato e solidão fazem parte do processo de escrita. Outros gostam dessa abertura e contacto com os possíveis leitores. Gosto também desses, não sacralizam o ofício. Ao princípio também senti uma certa resistência, são tantos os festivais que tudo parece já banal e, sobretudo, comercial.
O único do qual me tornei mais ou menos fiel foi o Fólio, em Óbidos. Tem qualidade, público, alegria e é num local muito bonito. Pouco a pouco fui sabendo da existência de mais, alguns com uma temática específica, mas não me foi ainda possível ir, conhecê-los.
Ontem conheci o FLIQ - Festival Literário Internacional de Querença. Querença é uma pequena aldeia preservada na serra algarvia e quem o dinamiza é a Fundação Manuel Viegas Guerreiro. É importante para abrir a aldeia ao exterior e criar público para os livros. A sala estava completamente cheia, muita gente em pé, quase tudo gente de fora, pareceu-me haver muito pouca da própria aldeia. Aninhado na própria fundação, o festival parece fechar-se ali em vez de descer às ruas, aos cafés, aos restaurantes, ao palco aberto da própria aldeia. Isso não impediu que tivesse gostado, sou mesmo assim, estou sempre a pensar como é que uma coisa boa ainda pode ser melhor e a achar que tudo se pode relacionar com tudo, abrindo, abrindo portas.
~CC~
Este é um festival muito novinho ainda. Salvo erro foi a sua 2ª edição. Tem margem para crescer. Não fui lá porque este fim de semana estive em Lisboa, visitando os filhos, deslocação que não fazia desde o ano passado...
ResponderEliminarLuísa, que engraçado pensar que nos poderíamos ter encontrado lá! Talvez para o ano?! Com toda a certeza margem para crescer...e ainda bem!
ResponderEliminar~CC~