quarta-feira, 5 de julho de 2017

Esta pele que não muda



Queria mudar tanta coisa e mudei tão pouco.

Quase sem dar conta já estou praticamente submersa em trabalho, até com dificuldade em cumprir a regra de não trabalhar à noite. Dizem-me tantas vezes que estavam à minha espera para isto ou para aquilo ou que a) ou b) sem mim não funcionou que me sinto quase mal por ter estado doente, ausente. Digo-lhes sempre que pode voltar a acontecer. Curiosamente essa falta que grande parte diz sentir (outros, bem pelo contrário) não alimenta o meu ego, até acho que fiz tudo mal, centralizei provavelmente o que não devia ter centralizado, fiz demasiada gente dependente, não formei suficientemente as pessoas para me poderem substituir. Quero que agora seja diferente. 

Contudo, não é fácil. Hoje entrámos na faculdade de letras, na qual uma colega fez a sua formação há mais de trinta anos e ela exclamou: isto mudou tão pouco, quase igual. As instituições são assim, sem dúvida. Mas as pessoas também. Eu não me tinha nessa conta mas apesar de querer muito, parece que mudar uma coisa simples, me requer um esforço equivalente ao de mudar uma montanha. 

Já ando a percorrer o país de lés a lés como antes, com a consciência plena do cansaço que tal me causa, e sem conseguir deixar de o fazer. Até já pensei em fazer coisas modernaças que nos estimulam a mudança de rumo: coaching, por exemplo. Dantes na psicologia tal coisa chamava-se simplesmente aconselhamento ou com um bocadinho mais de gravidade:terapia.

Preservem-se as noites, hoje vou tentar ir ao cinema.

~CC~






5 comentários:

  1. então parece-me que não sou só eu... :)
    bom cinema, CC

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  2. Há coisas em nós que nunca mudam. Mas convém ir com calma, CC.

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  3. com calma, sim CC e com cinema e teatro pelo meio.

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  4. nem mais, nem menos :)
    respira, por favor,, eu sei que tu sabes: enche o peito de ar, expira devagarinho, sente cada expiração, desliga-te de tudo, no entretanto :D

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  5. Ana, sem dúvida que não, tentemos juntas:)
    Luisa, não era bem em mim mas na minha forma de vida.
    Laura, cinema e teatro sempre, são essenciais para mim.
    Alexandra, desligar é bom!
    ~CC~

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