sábado, 15 de junho de 2019

Por tu existires



Talvez por causa da intensidade de um dia inteiro de sábado a trabalhar, do cansaço que chegou ao final da tarde. Só pode ser essa a explicação para a vontade enorme de um abraço que chegou acompanhada daquele sentimento de abandono e solidão, é raro me sentir assim e quando sinto tenho os meus roteiros para respirar mas desta vez não queria ir para casa e não sabia para onde ir.

Liguei mas a tua voz, do outro lado da linha, atendeu numa casa cheia de amigos, não tinhas tempo para aliviar a pressão sobre o músculo no meio do meu peito. E foste tu, de Veneza, lá tão longe, que me levaste pelos canais que afinal não o são, vi com os teus olhos esse mar, essa luz, essas pessoas e quase pude saborear o gelado que comeste. E nem fui eu a ligar, costumo poupar-te ao meu lado triste. Tens agora uma voz mais doce ou fui eu que a senti assim. Consegui sorrir e sentir-me menos só. E grata, tão grata por tu existires.

~CC~





5 comentários:

  1. Que mensagem bonita.
    Acabei de ler a opinião de António Damásio sobre as redes sociais e seus malefícios na vida de cada um. E não é porque seja ele a dizê-lo mas porque o sinto: tem razão. Mas depois chego aqui, leio e, se há textos inóquos, outros existem que nos tocam e irmanam. Como este. Há dias e horas assim, sem ninguém para nós. Ou assim nos parece. Que não é verdade, há sempre alguém que pensa em nós, nos gosta como nos conhece e se bem calha nem é a nós que conhece mas à ideia que de nós faz. Não interessa, gosta-nos. E é bastante que a gente se aqueça nessa ideia.

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  2. Que mensagens reconfortantes.
    Que bom foi vir agora aqui, as palavras de ambas vão ajudar-me a passar melhor este dia, que está a ser particularmente difícil.
    Este é o lado bom, positivo, da net: podemos sempre ajudar alguém, mesmo sem o sabermos.
    Obrigada às duas.

    Maria

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  3. Grata também a vocês as duas, Bea e Maria.
    ~CC~

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  4. Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só.
    Amyr Klink

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  5. Joaquim, desconheço o autor e não consigo avaliar se tem razão, mas só com um, as saudades devem sentir-se muitas vezes e é capaz de doer um bocadinho.
    ~CC~

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